Política

Senadores divergem sobre prorrogação de mandatos

Em defesa do adiamento das eleições de 2020 em consequência da covid-19, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) disse ser impossível manter campanhas eleitorais em condições normais diante da exigência de isolamento social. Ele advertiu que a persistência da pandemia condenará muitos candidatos à morte.

“Com todas as vacinas tomadas, peguei três resfriados durante a campanha. Falei com milhares de pessoas.  Tudo que a gente faz é falar com pessoas, abraçar pessoas, dirigir-se a grandes grupos.”, disse, em referência à própria própria campanha eleitoral em 2018.

Oriovisto manifestou apoio à proposta de coincidência das eleições, a ser discutida depois da pandemia num contexto de reforma política, e considera que a eventual prorrogação de mandatos num estado de calamidade pode ser aceita: para ele, a “lei da natureza” prevalece mesmo sobre as cláusulas pétreas da Constituição.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) pediu que os colegas evitem “contaminar” o debate sobre o adiamento das eleições com o desejo de prorrogar mandatos. Ele ainda pediu cuidado com as tentativas de flexibilização do financiamento público de campanhas em face da pandemia, e considera que a redução da atividade de campanha ao vivo aumentará o risco de disseminação de notícias falsas.

A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), mencionando a reunião de ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com médicos e pesquisadores, classificou a palavra da ciência como “irrefutável” em relação ao coronavírus. Ela defende a realização dos dois turnos de votação em 6 e 20 de dezembro, respectivamente, mas também considera ilegítimo estender mandatos.

Prevendo problemas no controle da covid-19, Soraya lembrou que no Mato Grosso do Sul a pandemia apenas começou a crescer, e comunidades indígenas em seu estado já apresentam uma situação grave. “As projeções não são boas para as próximas duas semanas, e julho deve ser terrível”, definiu.

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