CapitalDestaques

Mulheres vítimas de violência agora terão ajuda em farmácias

Farmácias e drogarias de Campo Grande já podem aderir ao movimento ‘Sinal Vermelho’, que visa oferecer um canal silencioso de denúncia para mulheres vítimas de violência. A campanha teve início na quarta-feira (10) em todo o País, a iniciativa é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).

Na prática, a mulher em situação de violência deve procurar o estabelecimento farmacêutico e mostrar aos atendentes um sinal de ‘X’ vermelho, que pode ser feito com um batom na palma de sua mão. Feito essa identificação de alerta, os funcionários irão acionar a Polícia Militar e manter a vítima em local seguro.

De acordo com o CNJ, a mulher será acolhida pela Polícia Militar e ingressará no sistema de justiça, com o apoio da rede de proteção. O atendente ou farmacêutico não terá responsabilidade de figurar como testemunha da ocorrência, ou seja, será apenas comunicante. As farmácias e drogarias interessadas em participar da campanha receberão uma cartilha e um tutorial com as orientações necessárias.

Em Campo Grande, participam da campanha toda a rede de farmácias Pague Menos, Drogasil e Redepharma. No Brasil, cerca de 10 mil farmácias, filiadas a duas associações do setor são parceiras. A campanha conta com diversos materiais digitais disponíveis para download em www.amb.com.br/sinalvermelho e todos podem ajudar a difundir a prática.

No entendimento do CNJ, é uma ação simples e que permiti que toda mulher vítima de algum tipo de violência possa buscar ajuda. Pelo país, o isolamento social tem aumentado o número de casos de violência contra a mulher, em todas as suas formas. A casa é o onde ocorrem as violências, porque nela se encontram agressores e vítimas, que ficam impedidas de acionar os canais de denúncia.

Em Mato Grosso do Sul, dados da Superintendência de Inteligência de Segurança Pública (SISP) mostram que os últimos três anos vêm registrando queda no número de casos. Em um comparativo de janeiro a maio referente a cada ano: 2018 registrou 7.616 ocorrências; 2019, 7.653 ocorrências; 2020, 7.042 ocorrências em todo o Estado. Quanto aos casos de feminicídios, 15 foram registrados no mesmo período de cada ano.

A juíza Helena Alice Machado Coelho, que responde pela Coordenadoria da Mulher do TJMS, ressaltou que é preciso ajudar essas mulheres que ficam confinadas em suas casas com seus agressores, a mercê de toda forma de violência. “Por questão de solidariedade, de responsabilidade social, não podemos abandonar essas mulheres. Elas precisam saber que não estão sozinhas e essa campanha em parceria com farmácias e drogarias nos ajudará a proporcionar ainda mais oportunidades de quebrar o ciclo de violência”, disse.

Veja como funciona o Sinal Vermelho:

  • A mulher vítima de Violência Doméstica poderá pedir ajuda nas farmácias conveniadas.
  • O sinal “X”, feito com batom vermelho (ou qualquer outro material), na palma da mão (ou pedaço de papel) permitirá à vítima identificar-se ao atendente em farmácias e drogarias, previamente cadastradas, para acionar a Polícia Militar.
  • O atendente das farmácias e drogarias receberá uma cartilha e um tutorial com as orientações necessárias ao atendimento da vítima e acionamento da polícia.
  • A vítima será acolhida pela Polícia Militar e ingressará no sistema de Justiça, com o apoio da rede de proteção.
  • O atendente ou farmacêutico não terá responsabilidade de figurar como testemunha da ocorrência – será apenas comunicante.

Deixe um comentário