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Veículos de comunicação se unem para dar transparência a dados de Covid-19

Pela primeira vez, os principais veículos de comunicação do país se uniram em uma mesma pauta e vão passar a trabalhar de forma conjunta. Os jornais e sites de notícias G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL irão produzir boletins epidemiológicos sobre o novo coronavírus usando como dados as informações oficiais das Secretarias Estaduais de Saúde (SES’s).

A iniciativa foi anunciada nesta segunda-feira (08) pelos próprios veículos de comunicação. Conforme consta, equipes de todos os jornais vão dividir tarefas e compartilhar as informações obtidas para que os brasileiros possam saber como está a evolução e o total de óbitos provocados pela Covid-19, além dos números consolidados de casos testados e com resultado positivo para o novo coronavírus. O balanço diário será fechado às 20h (DF).

O projeto é uma resposta as medidas adotadas pelo Governo Federal que modificaram os boletins da doença, levantando sérias suspeitas sobre a sua veracidade. Primeiro, foi alterado o horário da divulgação, que era às 17h na gestão do ministro Luiz Henrique Mandetta (até 17 de abril), depois passou para as 19h e atualmente acontece às 22h.

A segunda alteração foi de caráter qualitativo. O portal no qual o ministério divulga o número de mortos e contaminados foi retirado do ar na noite da última quinta-feira (4). Quando retornou, passou a apresentar apenas informações sobre os casos “novos”, ou seja, registrados no próprio dia, ignorando o quadro histórico e o número total da doença.

O Governo parou de divulgar a curva de casos novos por data de notificação e por semana epidemiológica; casos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica; mortes por data de notificação e por semana epidemiológica; e óbitos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica.

No domingo (7), o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas. O Brasil é o segundo país no mundo em casos confirmados da doença, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

De acordo com os veículos de comunicação, em razão dessas omissões, a parceria vai coletar os números diretamente nas secretarias estaduais de Saúde. Cada órgão de imprensa divulgará o resultado desse acompanhamento em seus respectivos canais. O grupo reforça ainda que vai chamar a atenção do público se não houver transparência e regularidade na divulgação dos dados pelos estados.

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