Graziela teria levado bronca do marido em balneário antes de sumir
Pouco antes de sumir, há 49 dias, Graziela Pinheiro Rubiano, de 36 anos, estava em um balneário com o marido, em Campo Grande. Nos autos do inquérito instaurado na Delegacia Especializada em Repressão à Homicídios (DEH), consta o depoimento dele, que diz que ambos estavam no local e tiveram uma discussão após a vítima supostamente “levar bronca de um funcionário”.
“Ele disse que a Graziela pulou na lagoa e o funcionário teria dado uma bronca porque o local estava interditado por conta do Covid-19. Em seguida, ele falou que chamou a atenção dela pela bronca do funcionário e ela não gostou. Saiu andando e sumiu. Só que a investigação apontou que o funcionário sequer tinha ido trabalhar naquela semana”, afirmou o delegado Carlos Delano.
Rômulo Rodrigues Dias, de 33 anos, está preso temporariamente desde o dia 19 de abril, após inúmeras contradições no depoimento dele. Durante esta semana, além de vistoriar a casa onde ele vivia com Graziela e a perícia criminal encontrar manchas de sangue no local, a polícia também esteve em um terreno no Parque Atlântico, onde a vítima construía uma casa.
Já no carro dele, que também foi submetido a exame pericial, o reagente luminol acusou presença de sangue no assento traseiro. O veículo está no Instituto de Criminalística (IC). Conforme Delano, o suspeito ainda não foi questionado sobre as manchas de sangue encontradas pela polícia, tanto na casa quanto no carro.
Entenda o caso
Desde o início do mês de abril, quando o boletim de ocorrência foi registrado, a Polícia Civil está fazendo varredura em diversos bairros da capital sul-mato-grossense para achar pistas da Graziela Pinheiro.
Conforme a amiga, ambas faziam curso juntas há mais de um ano. No entanto, há cerca de um mês e meio, ela percebeu alguns hematomas no corpo da Grazi, como ela é conhecida entre as amigas. No caso do marido, ela disse que “apenas o conhecia de vista, já que ele também fazia o curso”.
“Fazemos o curso de técnica em enfermagem juntas e ela chegou uma vez com o braço roxo. Eu perguntei o que aconteceu e disse que caiu da cadeira. Outro dia tinha uma ferida no rosto e falou que foi pegar um pote de açúcar e caiu no rosto dela. Só que na última quarta-feira que eu a vi, alguns dias antes de parar tudo por conta da pandemia, nós estávamos no laboratório e eu vi as costas dela toda roxa. Foi quando eu perguntei novamente e ela pediu para eu esquecer esse assunto”, comentou na ocasião.
Conforme a amiga, mais uma vez, ela insistiu no assunto e a estudante não quis falar o que estava acontecendo. “Ela disse: ‘não se envolve não, é complicado’. Foi aí que eu falei que tinha um monte de mulher no curso a favor dela, que poderíamos ajudar, só que ela se afastou mais ainda. E nós tínhamos um trabalho pra entregar na outra semana, no qual ela ficou responsável, porém, ela não estava mais atendendo as minhas ligações e também não foi ao local no dia combinado de entregar o trabalho”, explicou.
A amiga comentou ainda que passou o final de semana “muito preocupada”. “A gente fica imaginando mil coisas que podem ter acontecido com ela. A Grazi falava que era casada, me dizia que era de Manaus e os pais são falecidos. Nós fomos até o companheiro e este disse que também não sabia dela, entregou o uniforme, a chave da empresa onde trabalhavam juntos e sumiu, então, não sabemos o que pensar. Até o patrão comentou que ela não faltava serviço e que o celular só dá desligado”, finalizou.
O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa. Quem souber de informações pode fazer denúncias, sob total sigilo, no número: (67) 3318-9026.
*Por G1 MS