Carlos Marun tem ‘emprego dos sonhos’ garantido até 2024
O ex-deputado federal Carlos Marun (MDB) teve mantido o seu emprego milionário na Usina Hidroelétrica de Itaipu Binacional. O político faz parte do quadro de conselheiros brasileiros e recebe um salário mensal na ordem de R$ 27 mil. O cargo sequer faz o engravatado suar a camisa, já que o trabalho consiste apenas em participar de uma reunião bimestral para tratar dos rumos da hidroelétrica.
Apelidado de o ‘emprego dos sonhos’ pela imprensa, Marun foi lotado na função em dezembro de 2018, em um dos últimos atos assinados pelo então presidente da República, Michel Temer (MDB).
A barganha foi um presente de Temer ao seu fiel escudeiro, que o defendeu com unhas e dentes diante das persistentes acusações que tentaram o derrubar do cargo. Marun também foi chamado de o ‘cão de guarda’ do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), também por sempre o defender publicamente.
Marun chegou a ter a sua capacidade para a função questionada por um advogado catarinense chamado Rafael Evandro Fachinello e até mesmo pelo Ministério Público Federal (MPF). Também foi ameaçado de perder a vaga na Itaipu com a vitória de Jair Bolsonaro, que foi pressionado por seus eleitores para demiti-lo.
O seu maior feito na função até agora está relacionada a construção de uma ponte de concreto sobre o Rio Paraguai que ligará as cidades de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, até Carmelo Peralta, no país vizinho. A obra é considerada essencial para a conclusão da chamada Rota Bioceânica, que ligará os portos de Santos (SP) aos do Chile, cruzando estradas do Paraguai e da Argentina.
A renovação do emprego de Carlos Marun entre os conselheiros da Itaipu Binacional foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira (15). Conforme o decreto, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, o ex-político sul-mato-grossense ficará na função ate 16 de maio de 2024.
No ato, também foram empossados na função o atual ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que foi um dos delatados da Odebrecht, Célio Faria Júnior e Wilson Pinto Ferreira Junior.