‘Pedreiro Assassino’ matou uma sexta pessoa
Uma sexta vítima do serial killer Cleber de Souza Carvalho, apelidado como o ‘pedreiro assassino’, foi desovada no decorrer da noite de sexta-feira (15) em uma casa localizada na Rua Ráza, no Bairro Sírio Libanês, mesmo lugar onde foi desenterrado o primeiro corpo desta série de mortes confessadas pelo homem. O criminoso não soube dizer o nome completo da vítima, alegando o conhecer apenas como Claudionor e que o matou há cerca de um ano.
Para a investigação, a vítima pode ser o caseiro Claudionor Longo Xavier, de 47 anos, desaparecido dos familiares desde o dia 18 de abril de 2019. A identificação do corpo, bem como dos demais restos mortais desenterrados ao longo da sexta-feira em diferentes localidades de Campo Grande, passarão por exames no Instituto Médico e Odontológico Legal (IMOL).
A sexta vítima
Conforme a investigação, Cleber confessou ter matado esta sexta pessoa quando os trabalhos já haviam sido encerrados pela polícia. O assassino está alojado numa cela da CEPOL, no bairro Tiradentes, aguardando a decisão judicial para determinar a sua transferência para uma unidade prisional de segurança máxima.
Segundo a versão dele, conheceu Claudionor durante a execução de um serviço numa chácara, onde a vítima trabalhava como caseiro. Os dois teriam se desentendido e ele, então, matou o homem com uma pancada na cabeça. Em seguida, transportou o cadáver até o terreno no bairro Sírio Libanês, onde o sepultou. O corpo foi encontrado por volta das 20h30min.
Cleber também confessou que, após matar o homem, se apropriou de sua motocicleta e a vendeu pela internet. O valor não foi confirmado.
Outros corpos
O primeiro corpo desenterrado pela polícia hoje foi o de José Jesus de Souza, de 44 anos. O cadáver estava numa área localizada na Rua Ráza, no Bairro Sírio Libanês. Ele estava desaparecido desde fevereiro deste ano, na região da Vila Nasser.
O segundo cadáver foi de Roberto Geraldo Clariano, conhecido como ‘Cenoura’, de 48 anos. Ele estava desaparecido desde o dia 23 de junho de 2018 e trabalhava numa obra na A Avenida José Barbosa Rodrigues, na região do Portal do Panamá.
De acordo com Cleber, ele matou Roberto porque os dois discutiram durante o serviço na obra. Para matá-lo, o assassino usou uma picareta, atingindo a cabeça da vítima. Assim como nos demais casos, Cleber também sepultou o corpo logo em seguida.
O terceiro assassinato confessado por Cleber foi Hélio Taira, de 73 anos, estava desaparecido desde novembro de 2016 e foi morto também por ter se desentendido com o assassino. Segundo ele, Hélio foi contratado para fazer o serviço de jardinagem numa obra em que ele trabalhava e os dois teriam discutido.
Neste caso, Cleber aplicou pauladas na cabeça do idoso. Depois de matá-lo, jogou o corpo do idoso em uma cova improvisada dentro da residência em que reformava, localizada na Vila Planalto, e concretou o local para que ninguém desconfiasse do crime. Os atuais moradores foram surpreendidos pela polícia ao saber da existência do cadáver no local.
O quarto corpo entregue por Cleber foi o do seu primo, Flávio Pereira Cece, de 34 anos. Este foi a primeira vítima da série de assassinatos cometidos pelo pedreiro. Neste, segundo ele, foi decorrente de uma briga envolvendo a limitação de um terreno pertencente á família deles.
O terreno em questão fica na Rua Corredor Público, na Vila Planalto, e pertencia aos familiares dos dois. Flávio tinha um barraco no endereço e construiu um muro para separar a sua casa da de seus parentes, no entanto, brigou com Cleber por conta da limitação de sua parte da área.
Atualmente, a casa pertence a um homem que não tem ligação com a vítima e o assassino. No entanto, Cleber revelou que vendeu o terreno após a morte do primo por R$ 50 mil. O corpo foi enterrado no próprio terreno e um imóvel erguido em cima.
Perfil de Serial Killer
Cleber vinha sendo procurado desde o dia 07 deste mês pelo assassinato do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos. No crime, o pedreiro, com a ajuda da esposa Roselaine Tavares Gonçalves, de 40 anos, e da filha Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho, de 19, mataram a vítima com o intuito de tomar posse de sua casa, no bairro Vila Nasser.
José foi morto no dia 02 de maio após ser atingido por uma barra de ferro na cabeça e o corpo enterrado no quintal da casa da própria vítima. No dia seguinte, Cleber e sua família se mudaram para o local.
O caso foi descoberto após a irmã de José procurá-lo em sua casa e encontrar os desconhecidos no imóvel. A mulher perguntou sobre o comerciante e a família disse que eles tinham alugado o imóvel dele.
Diante dos fatos, ela acionou a polícia que esteve no endereço. A filha e a esposa de Cleber confessaram o assassinato e mostraram o local onde o corpo havia sido enterrado. O pedreiro não tinha sido encontrado naquele dia e estava desaparecido desde então.
Ele foi preso durante a madrugada de sexta-feira (15) pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque) na casa de parentes, no bairro Campo Belo.
Aos policiais, Cleber confessou ter matado outros quatro homens entre os anos de 2015 e 2020. Ambas as vítimas foram mortas com as mas mesmas características, pancada na cabeça seguida do sepultamento. A investigação não descarta a tese de que algumas dessas vítimas tenha sido enterrada ainda vida.
De forma muito fria e sem demonstrar qualquer tipo de arrependimento, Cleber foi mostrando para a polícia os locais onde enterrou cada uma de suas vítimas. Ele também relevou detalhes de como tudo aconteceu e os motivos para os crimes. Para a investigação, o pedreiro pode se enquadrar como uma espécie de serial killer.