Senadores comentam nomeação do novo diretor da Polícia Federal
Publicada no Diário Oficial da União (DOU) da segunda-feira (4) a nomeação do delegado Rolando Alexandre de Souza para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF) gerou repercussão entre os senadores, por ser considerado braço direito de Alexandre Ramagem, que teve a nomeação suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O novo diretor da corporação ocupava a Secretaria de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde era subordinado a Ramagem, que exerce o cargo de diretor da Abin. O termo de posse foi assinado em uma cerimônia reservada no gabinete do presidente Jair Bolsonaro, logo após a publicação no DOU.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que barrou a nomeação de Ramagem, citou declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro que, ao deixar o cargo, acusou o presidente Bolsonaro de tentar interferir politicamente no órgão.
Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a nomeação do braço direito de Alexandre Ramagem para Polícia Federal é uma afronta à decisão do STF.
“Bolsonaro continua tentando transformar a PF em sua polícia política para interferir em investigações. Enquanto isso, morrem milhares de pessoas por covid-19 no país. Até quando?”, questionou Randolfe.
O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou que Bolsonaro nomeou Rolando Alexandre de Souza por indicação do próprio diretor da Abin.
“Está tudo em família. Para proteger a família, vale tudo. A posse do indicado pelo delegado da família, barrado pelo STF, levou meia hora. O pagamento do auxílio financeiro dá problema há semanas e o governo não consegue solucionar”, declarou.
Alvaro Dias (Podemos-PR) também compartilhou em sua rede social a notícia de que o novo diretor-geral da Polícia Federal é considerado braço-direito de Alexandre Ramagem.
Já Angelo Coronel (PSD-BA) acredita que a Polícia Federal não sofrerá interferência com a nomeação do novo diretor.
“Nomeado novo diretor-geral da Polícia Federal não tenho dúvidas que vai agir dentro da legalidade, ninguém pense que a PF vai se manchar pra acobertar o errado”, disse.
*Por Agência Senado