Taxista foi morto por ter reagido ao assalto; 3 são presos pelo crime

As informações foram repassadas pelo delegado Pablo Farias, da Delegacia Especializada de Repressão à Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), responsável pelo caso, em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (28). Segundo ele, foram encontrados em uma quitinete do bairro Tiradentes o revólver de calibre 38 usado no latrocínio (roubo seguido de morte), além do telefone celular e roupas pertencentes a vítima.

Em depoimento, as mulheres confessaram o crime e disseram que já tinham um comprador para o veículo do taxista, modelo Volkswagen Virtus, branco. O carro seria levado até Sidrolândia, onde receberiam cerca de R$ 12 mil. O comprador, por sua vez, iria revender o automóvel no Paraguai. A polícia ainda está investigando a informação e tenta encontrar o receptador.

Conforme a versão deles, no meio do trajeto desistiram da ação e abandonaram o automóvel na região do bairro Guanandi, deixando as chaves na ignição. A partir disto, outras pessoas levaram o veículo até o matagal no Santa Emília, onde foi depenado. Isto também está sendo apurado, indícios comprovaram que outras pessoas usaram o carro além do trio.

De acordo com o delegado, toda a ação foi premeditada por Stefanie e o adolescente de 17 anos, que é o seu namorado. Segundo a versão deles, no sábado (26) os dois planejaram realizar vários assaltos aleatórios na cidade até ter a ideia de roubar o veículo. O CPF de um homem de 26 anos foi usado para contratar a falsa corrida do taxista através de um aplicativo.

Quem fez a chamada pelo aplicativo foi Rayara. Ela estava na quitinete dividida pelos três no bairro Tiradentes e dava suporte nos roubos da dupla. O documento usado seria de um namorado dela. Stefanie e o adolescente saíram do Shopping Campo Grande e tinham como destino o bairro Jardim Carioca. A investigação concluiu que eles deixaram o shopping às 23h40 e o roubo foi executado às 23h58.

Aos policiais, o casal relatou que não pretendiam matar o motorista, porém, ele reagiu ao assalto. O adolescente confessou ter atirado em Luciano. O disparo foi na cabeça e o profissional morreu na hora. Ele também detalhou que estava sentado no banco de trás e a namorada no banco do passageiro, ao lado do motorista.

O corpo de Luciano foi encontrado no domingo, as margens da rodovia federal BR-262, em Campo Grande. Ele atuava há cerca de 20 anos no ramo. Naquele dia, chegou a desconfiar da corrida solicitada, mas aceitou assim mesmo. Foi a irmã dele quem registrou o boletim de ocorrência já durante a madrugada, na Delegacia de Pronto Atendimento (Depac) Centro.

Conforme apurado, às 00h05 o aplicativo do táxi foi desligado e levantou a suspeita de que algo de terrível havia acontecido. O telefone celular do motorista foi desligado e a polícia passou a investigar o caso. Foram menos de 10 horas até encontrar o corpo e o veículo.

O adolescente, que não pode ter o nome publicado por conta do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é um velho conhecido das autoridades policiais. O rapaz foi liberado em março deste ano da Unidade Educacional de Internação (UNEI), onde respondia por atos infracionais análogos a roubo, maus-tratos a criança, porte ilegal de arma e receptação. Já as mulheres não têm passagens policiais.