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Guarda ‘ficou chateado’ porque ex viu mensagens de outra mulher

O guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, de 35 anos, suspeito de matar a ex-namorada e a o amigo dela, durante um churrasco no Jardim Noroeste, região leste de Campo Grande, se entregou na delegacia e prestou depoimento, nesta sexta-feira (6). O homem falou sobre o relacionamento com Maxelline da Silva dos Santos, de 28 anos, além do motivo que o fez ir até o local onde a vítima estava.

“Ele alegou que a Maxelline viu no celular dele uma troca de mensagens com a ex-mulher e que eles discutiram por conta disso. Ela questionou as mensagens e, em seguida, ele foi trabalhar de Uber. Ele fala que não conseguiu nem trabalhar direito, ficou muito chateado e quis ir conversar com ela”, afirmou a delegada Sueili Araújo, responsável pelas investigações.

Ao chegar no local, Valtenir e Maxelline foram conversar na porta do imóvel. “Ele disse que ela saiu muito brava e ele não conseguiria passar a noite daquele jeito. Ele foi ao encontro dela e ambos ficaram conversando por cerca de 40 minutos e depois a Camila [vítima que levou um tiro nas costas] tentou puxar Maxelline pelos braços. Foi quando ele não deixou levá-la e atirou. Em seguida, o Steferson [marido da Camila] foi ao encontro das vítimas e também foi baleado”, comentou.

Mesmo diante as declarações, Valtenir teria dito que “não tinha intenção de matar”. “Ele alega que foi um momento de discussão e disse: ‘Perdi o controle!’ Desde então, o homem fala que ficou escondido em estacionamentos de supermercados, onde se alimentou e também tomava banho, além do hospital regional e outros locais na rua onde ele passou dormindo”, comentou.

O depoimento está gravado por áudio e vídeo na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e o suspeito será encaminhado ao Centro de Triagem (CT), segundo a polícia.

Arma que teria sido usada para matar as duas pessoas e ferir uma — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Arma que teria sido usada para matar as duas pessoas e ferir uma — Foto: Polícia Civil/Divulgação

A arma que teria sido usada no crime foi encontrada no início da tarde, dentro de um saco plástico, enterrado em um terreno baldio do bairro Aero Rancho, e foi apreendida para perícia.

Estudante foi morta pelo ex-companheiro após 7 meses de relacionamento, diz polícia — Foto: Redes Sociais/Divulgação
Estudante foi morta pelo ex-companheiro após 7 meses de relacionamento, diz polícia — Foto: Redes Sociais/Divulgação

Neste período, a polícia fez uma força-tarefa, inclusive usando helicóptero para caçá-lo. Por volta das 8h (de MS), ele se apresentou na base da Guarda Municipal no bairro Aero Rancho, região sul da cidade.

Na última quarta-feira (4) a Polícia Civil comentou que Valtenir tinha “ódio” das amigas da mulher porque as culpava pelo fim do relacionamento do casal. Ainda conforme Sueili, a testemunha, com medo das ameaças do guarda municipal, permaneceu em local sigiloso.

O guarda municipal teve já teve decretada pela Justiça a prisão preventiva por feminicídio, homicídio e também tentativa de assassinato qualificado. No ano de 2014, ele também agrediu e ameaçou uma ex-namorado com faca.

Entenda o caso

Maxelline participava de um churrasco com amigos e a filha em uma casa no Jardim Noroeste. Na madrugada de domingo (1º), Valtenir foi até o local e a chamou para conversar. Eles discutiram e ele então atirou na cabeça dela.

A amiga de Maxelline viu o crime e, ao correr para pedir ajuda, foi baleada e está hospitalizada. O marido dela, o promotor de vendas Sterferson, também foi atingido e morreu.

O casal ficou junto por sete meses. Em 17 de fevereiro, a estudante de pedagogia registrou boletim de ocorrência contra Valtenir, o qual estava impedido de se aproximar dela.A Guarda Municipal não sabe se arma usada por Valtenir é a que ele usa em serviço. Porém, todas foram atingidas por projétil calibre 38, o mesmo usada pela corporação. Somente a perícia irá constatar. Valtenir fez capacitação para atender mulheres vítimas de violência doméstica.

*Por G1 MS

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