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Santa Casa recebeu R$ 34,6 milhões do Estado somente em 2019

Após mais uma série de reclamações da Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG) quanto ao atraso nos repasses do Poder Público, o Governo do Estado anunciou que depositou à administradora da Santa Casa e do Hospital do Trauma recursos na ordem de R$ 7,9 milhões, totalizando assim em R$ 34.678.093,21 repassados ao longo deste ano.

De acordo com a Secretaria do Estado de Saúde (SES), com os pagamentos feitos desde o último dia 6 de novembro, fica faltando apenas um valor de R$ 3,5 milhões, referente às competências de setembro e outubro de dois contratos: um de R$ 1,5 milhão/mês, que é a contrapartida estadual no co-financiamento da Unidade do Trauma e que vem sendo paga desde abril deste ano. O outro é de R$ 250 mil mensais para o custeio de serviços de alta complexidade e que são pagos mediante a produção apresentada pela Santa Casa.

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, disse que solicitou à Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) uma suplementação orçamentária para o pagamento destes valores, o que deverá acontecer dentro de 10 dias. “Também há um compromisso de se agendar o pagamento das competências outubro e novembro para ocorrerem até dezembro, de maneira que não fique nada pendente para o próximo ano”, salientou.

“Mesmo com todas as dificuldades orçamentárias pelas quais atravessa Mato Grosso do Sul e o país de uma maneira geral, temos mantido a regularidade nos pagamentos à Santa Casa. Desta forma, as crises financeiras pelas quais a instituição passa com frequência, não podem ser imputadas ao Estado, mas sim a questões relacionadas à sua própria gestão”, completou Geraldo Resende.

Repasses estão sempre atrasados na Santa Casa

Nesta semana, a Comissão Especial criada pela Câmara Municipal de Campo Grande para apurar a gestão da ABCG apontou em seu relatório final indícios de irregularidades e má administração. No documento, os vereadores recomendaram a revisão contratual e cobraram mais transparência nas contas do hospital. De outubro de 2017 até junho deste ano, houve aumento de R$ 13 milhões para R$ 15 milhões com folha de pagamento, conforme a investigação.

No dia 29 de outubro, a ABCG anunciou a suspensão das cirurgias eletivas, que não são emergenciais ou são agendadas. Na época, o diretor-presidente da Associação, Esacheu Nascimento, alegou falta de recursos para a compra de remédios e materiais para os procedimentos médicos.

Uma semana depois, a Santa Casa inaugurou o Edifício Elisbério de Souza Barbosa, voltado ao setor de oncologia. No espaço serão realizadas atividades médicas como quimioterapia e cirurgias e a expectativa é que 3 mil pessoas sejam atendidas na unidade. Foram aplicados R$ 800 mil para a construção e reforma ao longo de 12 meses.

O edifício tem 15 leitos de infusão, 4 de day use (uso diário, em tradução livre do inglês), 1 sala de emergência, 4 consultórios (atendimento da enfermagem e médico), recepção e banheiros.

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