Capital pode ter Programa para alertar sobre a automedicação e uso consciente de remédios
Campo Grande pode ganhar, em breve, um Programa Municipal para prevenir e combater a automedicação. A proposta que trata do assunto foi protocolada na Câmara Municipal nesta semana, instituindo a iniciativa com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos de tomar remédios por conta própria e também para defender o uso racional dos medicamentos.
Além disso, o programa irá orientar sobre o descarte correto de medicamentos vencidos ou em desuso; incentivar a consulta a profissionais de saúde antes do uso de
medicamentos; reduzir os casos de intoxicação medicamentosa no município; e fortalecer a atuação dos profissionais farmacêuticos na orientação à população.
Como parte da ação, serão realizadas campanhas educativas nas unidades de saúde, escolas e outros espaços públicos; distribuição de material informativo sobre o uso racional dos medicamentos; capacitação dos profissionais da saúde para alertarem sobre os riscos da automedicação e implantar pontos de coleta de medicamentos vencidos ou em desuso.
Dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) mostram que 61% da população se automedica. Uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF), com o Instituto Datafolha, revelou que 77% dos brasileiros que usaram medicamentos nos últimos seis meses praticam automedicação ao menos uma vez.
Para o vereador Marcos Trad (PDT), autor da proposta, essa é uma prática perigosa. “Pode causar intoxicações, reações adversas, resistência a medicamentos e sobrecarga ao sistema de saúde”, alertou. “A intenção é fortalecer o que já existe e atualizar a legislação para garantir maior efetividade às políticas de saúde pública”, completou.

Entenda mais sobre a automedicação
A automedicação, que é o uso de medicamentos sem orientação médica ou farmacêutica, pode acarretar diversos riscos à saúde. Abaixo estão os principais:
1. Reações adversas
- Uso incorreto de medicamentos pode causar efeitos colaterais graves, como alergias, intoxicações, problemas gástricos, hepáticos ou renais.
- Algumas substâncias podem provocar dependência ou síndrome de abstinência.
2. Interações medicamentosas
- Combinar medicamentos por conta própria pode provocar interações perigosas, potencializando ou anulando efeitos, podendo levar a complicações graves, como arritmias cardíacas, hemorragias ou convulsões.
3. Mascaramento de doenças
- O alívio temporário de sintomas pode ocultar o diagnóstico de doenças sérias, como infecções, câncer ou problemas metabólicos, atrasando o tratamento adequado.
4. Resistência a antimicrobianos
- O uso inadequado de antibióticos, como o consumo sem prescrição ou a interrupção precoce do tratamento, favorece o desenvolvimento de bactérias resistentes, dificultando o tratamento de infecções futuras.
5. Erros de dosagem
- A falta de orientação pode levar ao consumo de doses inadequadas, provocando intoxicações, overdose ou, ao contrário, não gerar o efeito terapêutico desejado.
6. Agravamento do quadro clínico
- O uso de medicamentos inadequados pode agravar a doença, causar complicações e até colocar a vida em risco.
7. Dependência e abuso
- Medicamentos como analgésicos, ansiolíticos e laxantes podem causar dependência física ou psicológica quando usados indiscriminadamente.