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Ossos e cabelo são encontrados nas fezes da onça-pintada que comeu caseiro no Pantanal

Uma série de fragmentos de ossos e cabelos foram extraídos das fezes da onça-pintada suspeita de ter atacado e devorado um caseiro de 60 anos no meio do Pantanal de Mato Grosso do Sul. O material foi recolhido e direcionado para exames periciais e de DNA que irão apontar se são materiais humano e também se pertence à vítima.

O animal silvestre suspeito de devorar o caseiro foi capturado no dia 24 de abril, em uma ação rápida das equipes policiais ambientais e organizações ligadas à proteção da fauna pantaneira. A onça foi trazida no mesmo dia para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande, onde está desde então.

O último boletim divulgado aponta que a onça está consciente, em alerta e com padrão respiratório normal, além de se alimentar de forma adequada. Quando chegou ao CRAS, os médicos veterinários disseram que o animal estava muito doente, com quadro de anemia e alterações agudas no fígado e rins. Ela não será reintroduzida à natureza.

O caso

Jorginho, conforme era chamado pelos mais íntimos, teria sido surpreendido no dia 21 de abril pelo animal silvestre em seu pesqueiro, na região chamada de Touro Morto, às margens do Rio Miranda, em um local de acesso muito difícil e de mata nativa, com presença constante da fauna pantaneira.

A vítima morava sozinho no local, onde vendia iscas e mel silvestre para turistas e moradores locais. Dias antes de desaparecer, o cunhado registrou um vídeo no qual Jorginho aparece narrando uma luta entre duas onças no quintal de sua casa. Ele mostra a marca das patas e um local onde possivelmente houve um confronto.

Corpo de caseiro devorado por onça-pintada no pantanal de MS é sepultado
Foto: Reprodução

Na manhã de segunda, um grupo de turista foi até o pesqueiro para comprar mel e não achou o morador, mas notou sinais de luta, com manchas de sangue e marcas do que parecia ter sido um ataque de onça. Somente na terça (22), com ajuda do cunhado, os restos mortais dele foram achados distante 300 metros da casa.

Segundo a investigação da Polícia Civil, o laudo pericial deve ficar pronto em 10 dias, mas no corpo dele foram encontrados sinais que indicam mordidas e unhas de animal. Jorginho residia há 16 anos no local e tinha experiência na lida com animais silvestres, especialmente onças-pintadas e cobras.