Importância de Graziela Maciel Barroso é reconhecida em selo dos Correios
A botânica sul-mato-grossense Graziela Maciel Barroso, considerada um dos grandes nomes da ciência e da biologia nacional, é uma das sete mulheres homenageadas pelos Correios com uma coleção especial de selos postais.
A coleção ‘Especial Mulheres Pioneiras das Ciências Brasileiras’ entrou em circulação no último dia 24 de novembro, em celebração ao Dia Mundial da Ciência, e retrata as cientistas Bertha Lutz, Carolina Bori, Enedina Alves Marques, Graziela Barroso, Marcia Barbosa, Maria Deane e Sonia Guimarães.
A emissão é composta por sete selos que seguem a mesma identidade visual: o rosto de cada cientista emoldurado pelo “espelho de Vênus”, ícone que simboliza o gênero feminino. Seus nomes aparecem em destaque, dispostos em diferentes planos entre os demais elementos gráficos, se sobrepondo entre si, como se cada selo fosse um pequeno pôster.
Impulsionando a força feminina em terrenos anteriormente ocupados por homens, o fundo é composto por uma retícula inspirada também no símbolo da mulher. Por fim, para representar parte das conquistas de cada cientista, foram usadas imagens relacionadas às suas obras.
Com arte de José Carlos Braga, em todos os selos, as técnicas usadas foram ilustração com grafite, ilustração vetorial e pintura digital. Cada um deles tem tiragem de 96 mil selos – cada folha contém 12 – e o valor facial é de 1º porte de carta. Eles estarão disponíveis na loja online e por meio de encomenda nas agências dos Correios.
No caso de Graziela Maciel Barroso, o selo ter a cor predominante verde, com ilustrações de elementos botânicos, objetos de sua pesquisa, dentre eles a espécie Dorstenia grazielae.
Currículo
Natural de Corumbá, Graziela Maciel Barroso nasceu em 11 de abril de 1912. Concorreu em 1946 a uma vaga em concurso público para o cargo de naturalista no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, sendo, nesta instituição, a primeira mulher aprovada por concurso.
Aos 47 anos, ingressou no curso de biologia da Universidade do Estado da Guanabara. Fez seu doutorado aos 60 anos e, em 1982, se aposentou, mas trabalhou por mais 20 anos no Jardim Botânico, na área da Sistemática Vegetal, principalmente na linha de Taxonomia, que objetiva a identificação científica de plantas, e em Morfologia.
Graziela só se afastou da instituição quando aceitou o convite para integrar o grupo de professores que fundou departamentos e institutos da Universidade de Brasília (UnB). Na ditadura militar, aliou-se à luta de alunos e professores em defesa das liberdades democráticas.
Graziela contribuiu para a descrição de mais de 132 novas espécies catalogadas de plantas e foi uma das autoras de referência em obras fundamentais sobre a sistemática de angiospermas do Brasil. Pouco antes de morrer, em 2003, foi eleita para a Academia Brasileira de Ciências, mas a condecoração foi post-mortem.