Mais da metade das audiências de custódia em MS tinha pessoas negras como réus, revela Defensoria Pública
Uma pesquisa divulgada nesta semana pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul apontou que mais da metade dos custodiados no estado são de pessoas negras.
Conforme consta, entre outubro de 2023 a outubro de 2024 foram 2.866 audiência de custódia, das quais 1.987 com pessoas negras ou pardas, ou seja, 69% do total.
Dos custodiados, 55% têm entre 18 e 29 anos; 56% possuem até o ensino fundamental; e 58% estavam desempregados ou em ocupações informais no momento da prisão.
A análise de moradia demonstrou que 42% deles estavam em situação de instabilidade habitacional, seja em condição de moradia precária ou sem residência fixa.
Ainda conforme o estudo, 505 custodiados declararam que são responsáveis pelo sustento da família e 537 são responsáveis pelo cuidado direto das filhas e filhos.
A maioria dos custodiados negros e pardos (641) possui filhas e filhos ainda na primeira infância, ou seja, até 6 anos. Outras 528 possuem filhos entre 6 e 12 anos.
Sobre a condição de saúde, 32% relataram sofrer de doenças crônicas e 27% fazem uso regular de medicação com acompanhamento médico contínuo.
Além disso, cerca de 15% possuem algum tipo de deficiência física ou intelectual. Além disso, 6% estavam gestantes e 4% eram lactantes.
O levantamento foi elaborado pelo Núcleo Criminal (Nucrim) e a Coordenadoria de Estudos e Pesquisas, coordenada pelo defensor público Daniel de Oliveira Falleiros Calemes.