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MS figura entre os 10 estados mais violentos para médicos em pleno ambiente de trabalho

Mato Grosso do Sul figura entre os 10 estados com mais registros de casos de violência contra médicos no Brasil. A informação consta em um estudo produzido e divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) nesta semana.

O levantamento soma todas as ocorrências de crimes como ameaça, lesão corporal, desacato, injúria, calúnia, difamação, constrangimento, perturbação, furto e vias de fato registrados no período de 2013 até 2024.

No caso de Mato Grosso do Sul, foram 995 boletins de ocorrências feito por médicos que sofreram os crimes durante o exercício da profissão, seja este em clínicas e hospitais privados ou públicos.

No ranking nacional (clique aqui para ver), MS ficou em 9º lugar, e em 2º entre os estados que fazem parte da região centro-oeste, atrás somente do Distrito Federal, que registrou 1.270 boletins de ocorrência. No Brasil, foram 38.074 registros.

Para o levantamento, o CFM solicitou dados às Polícias Civis de cada região, mas o estudo apresenta lacunas devido às subnotificações. O ano de 2023 foi o mais violento contra os profissionais da categoria, somando 3.993 registros.

Ainda sobre o ano passado, o estudo aponta que foram contabilizados 11 boletins de ocorrência por dia no País por conta de situações de violência contra médicos no local onde atuam. A média é de dois incidentes por hora.

Os autores dos crimes são pacientes, familiares dos atendidos e desconhecidos. Há ainda casos minoritários de ameaça, injúria e até lesão corporal cometidos por colegas de trabalho, incluindo enfermeiros, técnicos, servidores e outros profissionais da saúde.

Ainda conforme o Conselho, cerca de 47% dos registros nacionais foram contra mulheres. Há, inclusive, registros de mortes suspeitas de médicos dentro de estabelecimentos de saúde.

Como o médico deve proceder ante à violência?

O CFM orienta que, em caso de ameaça, o médico deve registrar ocorrência na delegacia mais próxima ou online; informar, por escrito, às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar sobre o ocorrido; e apresentar dados dos envolvidos e testemunhas. Ele deve encaminhar o paciente a outro colega, se não for caso de urgência e emergência.

Se a ocorrência envolver agressão física, o CFM indica o seguinte: comparecer à delegacia mais próxima e registrar o BO (haverá necessidade de exame do corpo de delito); apresentar dados dos envolvidos na agressão e de testemunhas; comunicar o fato imediatamente às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar para ser providenciado outro médico para assumir suas atividades.

Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, o número de casos causa perplexidade e exige a adoção urgente de medidas efetivas para prevenir e combater a violência em todas as suas formas de manifestação, sob pena de responsabilização de negligência.

“Os profissionais carecem de segurança física dentro das unidades. A garantia de condições para o exercício da atividade médica, dentre os quais a oferta de espaço seguro, é imprescindível, assim como o acesso dos pacientes ao direito fundamental à saúde”.