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Após 28 anos no cargo de presidente da FFMS, Francisco Cezário tem o mandato cassado

Chegou ao fim, agora de forma definitiva e oficial, a gestão de Francisco Cezário, de 78 anos, frente à Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). Nesta segunda-feira (14), em assembleia extraordinária, os presidentes dos clubes e ligas filiadas decidiram por cassar o mandato do dirigente esportivo, acusando-o de provocar prejuízos financeiros à entidade.

Cezário esteve presidindo a FFMS há 28 anos, com uma série de mandatos reeleitos, o último destes seguia até 2027, porém, está afastado do cargo desde o dia 21 de maio do corrente ano, quando foi o alvo principal da Operação Cartão Vermelho, que apontou para um esquema de desvio de recursos públicos na entidade futebolística.

Apesar das investigações contra o, agora, ex-presidente, a decisão pela cassação do mandato não teve o placar unânime. Com muitos ‘amigos’ atuando em ligas profissionais e presidente de clubes, Cezário teve 21 votos favoráveis, mas outros 44 participantes da assembleia votaram pela saída imediata da função.

Vale lembrar que alguns votos têm peso maior, no caso, clubes da série A têm peso 3, enquanto a série B tem peso 2 e os demais clubes amadores e ligas esportivas têm peso 1. A assembleia foi realizada no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL), com entrada restrita aos associados.

Aos jornalistas, o advogado de Cezário, Julio Cesar Marques, disse que o ex-dirigente não foi intimado para apresentar a defesa formal no prazo legal e também criticou como a assembleia extraordinária foi conduzida. Segundo ele, não houve uma investigação própria da FFMS sobre o caso, conforme prevê o estatuto. Ele deve recorrer.

Desde que Francisco Cezário foi afastado do cargo por determinação da Justiça, a FFMS vem sendo presidida por Estevão Petrallás, que recebeu o aval da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Com a cassação definitiva do mandato, uma nova eleição irá ocorrer para formar a nova diretoria da entidade.

Segundo o MPMS, Francisco Cezário liderava um esquema que desviou pelo menos R$ 6 milhões de recursos públicos firmados em convênios e outros repasses. Ele esteve preso por duas vezes ao longo dos últimos meses, atualmente faz uso da tornozeleira eletrônica e está impedido de ter contatos com a FFMS e outros investigados no caso.

O processo da Operação Cartão Vermelho, deflagrada em maio, segue em segredo de justiça e que, até o momento, Cezário e nenhum dos outros acusados foram julgados.