destaques direitaMunicípios

Cabo-eleitoral diz que tem nojo de índios: “são tudo preguiçosos!”, afirmou

Falas preconceituosas e ofensivas compartilhadas nas redes sociais por uma mulher, na cidade de Miranda, repercutiram ao longo dos últimos dias e provocaram um protesto por parte da comunidade indígena local nesta terça-feira (08).

Os indígenas foram às ruas para pedir mais respeito. Líder do grupo, o cacique da Aldeia Lalima, João Batista, destacou que foram ofendidos e exigem Justiça e punição contra a mulher, que seria uma cabo-eleitoral de um candidato(a) a vereador(a).

Pelo menos mil pessoas foram até a praça principal de Miranda para protestar. Os indígenas também estiveram em frente a Delegacia de Polícia Civil e em outros órgãos públicos de Miranda. Com cartazes, faixas, gritos e danças típicas, cobraram pela investigação.

Conforme a atualizado caso, a autora do vídeo com as falas preconceituosas e ofensivas já foi identificada, prestou depoimento, dizendo estar arrependida, e fez retratação à comunidade indígena. Ela deve ser indiciada pelo crime de racismo, imprescritível e inafiançável, conforme a Constituição Federal. 

O que diz os áudios

Nos áudios vazados, a mulher fala que tem nojo de índio e que índio é preguiçoso. “Aqui em Miranda o que mais tem é índio traíra. Você dá cinco quilos de arroz, o outro vai lá e dá seis quilos, ele vira na hora, na hora ele já está votando contra. E você sabe que aqui nós somos rodeados de aldeia, índio, índio falso, bugrada, sem vergonha e inútil. Eu sou índio, mas eu tenho nojo de índio. Esses bugres, tinha que amarrar um por um pelo pescoço e pendurar. E ainda a gente perde a força, ainda que essa bugrada seja vergonha. Fora os falsos que estavam dentro, entendeu?”.

Em outro áudio, ela diz: “Eu não tenho dor dessa bugrada aqui não, entendeu? Vão bom para cima, vão meter o louco nessas imundícias aí. E eu vou cobrar, vou meter a boca no trombone, vou cobrar principalmente a saúde aqui em Miranda, que é uma bosta, entendeu? Minha mãe toma dois remédios de uso contínuo”.

“Aí vem essas cambadas de sem vergonha que tem que comer arroz e ovo, ainda arroz é muito mesmo. Tem que dar só ovo para esses lagartos traíra sem vergonha, cambadas de fila das putas, safado. Eu tenho nojo, eu tenho nojo, eu tenho ódio, eu chego ferver dessa bugrada sem vergonha”, complementa..