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Governador alerta que se não chover pantanal pode ter destruição maior do que foi em 2020

As ações de combate aos focos de incêndio que estão sendo desenvolvidas de forma intensiva desde o final do mês de abril foram essenciais para que a área total destruída pelo fogo neste ano não alcance, ou mesmo supere, a marca histórica de 2020, considerado o pior ano do bioma em Mato Grosso do Sul.

Apesar disso, segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB), em entrevista na manhã desta quarta-feira (10) ao canal televisivo Globo News, se não chover nos próximos dias de uma forma considerável, o desastre ambiental pode fechar o ano com números piores do que os registrados até agora.

“O número de focos já é 50% maior neste ano do que em 2020 e, apesar disso, ainda não chegamos naquele número [total de áreas destruídas], mas podemos chegar. Pode ser tão ruim quanto 2020. Nós vamos trabalhar para não acontecer e torcer muito para vir a chuvas”, afirmou o governador.

Conforme os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no ano de 2020 foram contabilizados 4.790 focos de incêndio no pantanal contra 6.700 focos neste ano, até o início de setembro. Deste total, 1.193 estão ativos. Em MS, 12 cidades decretaram a ‘Situação de Emergência’ por conta das queimadas e da estiagem.

Ainda na comparação, no ano de 2020 foram 3,5 milhões de hectares queimados e, em 2024, até o momento, foram 2,7 milhões. No entanto, segundo Riedel, as condições climáticas estão piores hoje. “Nas próximas duas ou três semanas ainda teremos uma condição climática muito desfavorável”, alertou.

Para evitar que o ano feche como o pior de todos os tempos no bioma, o governador destacou a importância do planejamento e dos esforços envolvendo brigadistas e militares de diversos estados do País que estão participando do combate aos incêndios, bem como o aparato e o suporte enviado pelo Governo Federal.

“É um processo gradual de melhoria e ação, que exige principalmente fazer um trabalho mais forte de educação, de conscientização sobre os incêndios. A condição climática foi muito pior neste ano, mas não tivemos a destruição registrada em 2020. Isso é resultado da ação de prevenção e estruturação dos combates”, citou na entrevista.

No final, o governador falou sobre a necessidade de uma abordagem ampla e de longo prazo sobre as mudanças climáticas. “Precisamos pensar globalmente, discutindo a matriz energética e a queima de combustíveis fósseis. No Mato Grosso do Sul, estamos nos preparando para ser um Estado carbono neutro até 2030”, concluiu.