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Após quase quatro meses de estiagem, chuva volta a ser registrada no Pantanal e ajuda no combate aos incêndios

Deus escutou as preces e a chuva chegou no pantanal sul-mato-grossense. Nesta quinta-feira (08), foram registrados 20 milímetros nas primeiras horas do dia, o suficiente para fazer sorrir quem há muito tempo não via uma gota caindo do céu. Pelas redes sociais, vários vídeos mostraram a mudança no clima, um alívio que proporcionou o êxtase coletivo. Teve até quem saiu do veículo e foi para o meio da rodovia federal BR-262 festejar, saudar e agradecer pelo presente divino.

A última chuva significativa no município aconteceu em 16 de abril, então são praticamente quatro meses de muita seca. “Na quarta-feira ao meio-dia fez 37,3°C em Corumbá, mas agora [às 10h desta quinta] está 16°C. Hoje conforme a atualização do Cemaden já são 20 mm acumulados”, explica a coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Valesca Fernandes.

As áreas com incêndios florestais tiveram redução da temperatura e em alguns pontos houve o controle e até a extinção das chamas. Nas regiões de Albuquerque, Miranda e Abobral a chuva colaborou para o controle dos focos. Já na fazenda Santa Clara, mesmo com a queda na temperatura e bastante orvalho, o vento continua e é um risco diante da permanência do fogo.

Na fazenda Cáceres a temperatura também caiu e o fogo está controlado. No Nabileque houve queda de temperatura e garoa. O fogo também está controlado na fazenda Tupanceretã, onde um caminhão em chamas provocou o incêndio florestal de grande proporção há duas semanas, atingindo mais de 270 mil hectares. Lá, a temperatura caiu e o tempo está fechado, com indícios de chuva. Uma guarnição atua no Porto da Manga.

A área queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul desde o início deste ano até 6 de agosto chega a 1.089.600 hectares, o que representa aumento de 118,1% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 499,4 mil hectares (considerada até então, a pior temporada de incêndios no Pantanal de MS). Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Quanto aos focos de calor detectados por satélite, já são 5.400 em 2024, ou seja, 47,1% a mais que no mesmo período de 2020, quando foram registrados 3.672, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais). Atualmente 106 bombeiros de Mato Grosso do Sul seguem nas ações de combate.

Existe também o apoio efetivo de integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, militares da LIGABOM, Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira, Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, além de 233 agentes do IBAMA, ICMBio e brigadistas do PrevFogo. Estão à disposição das equipes 23 aeronaves dos Governos Estadual e Federal. A frota ainda conta com 53 veículos (caminhonetes, caminhões e similares) e 7 embarcações.