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Vereador propõe criação de Comitê Internacional para discutir novo macro anel de Campo Grande

O futuro do macro anel rodoviário d”e Campo Grande, especificamente o trecho que conecta as saídas para São Paulo e Cuiabá, foi colocada em pauta nessa quarta-feira (29) em uma audiência pública na Câmara Municipal. Com a participação de diversas autoridades e representantes de sindicatos e associações, houve o consenso da urgência de mudança para um local mais afastado, tirando o fluxo de veículos pesados dos bairros que já estão tomando conta da região.

Ainda não é possível calcular um investimento exato para a obra, porém, os participantes da audiência foram categóricos ao afirmar que a mudança precisa acontecer antes da inauguração da Rota Bioceânica, prevista para 2025, e que irá aumentar ainda mais o trânsito de caminhões pesados no macro anel, colocando em risco a vida dos moradores locais que usam a rodovia federal BR-163 para ir até o centro e demais regiões da cidade.

O vereador André Luis (Rede), que presidiu a audiência, destacou que o assunto precisa ser amplamente discutido. “O medo é de que hoje uma solução vire um problema. O macro anel está praticamente dentro da cidade, antes era nas Avenidas Zahran e Ceará, que hoje são corredores centrais. Minha preocupação é que em 30 anos Campo Grande se torne uma Água Clara, com uma rodovia dividindo a cidade ao meio”, declarou.

O vereador Ayrton Araújo, presidente da Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos, reforçou a necessidade de um novo anel, mas questionou sobre quem vai pagar a conta da obra. “É impossível você transitar com tantos caminhões, agora imagina o quanto vai aumentar com a Rota Bioceânica. Temos que criar um Comitê Internacional, porque não é só o Brasil ou só o Mato Grosso do Sul que deve discutir isso”, propôs.

O superintendente do DNIT em Mato Grosso do Sul, Euro Nunes Varanis, afirmou que já há um plano de rodoanel na saída para São Paulo, passando por Três Lagoas e indo até Terenos, para evitar passar nos centros urbanos. “Vamos sair por fora do Indubrasil, fazendo duas alças. A parte norte do rodoanel não é jurisdição do DNIT, mas estamos à disposição para ajudar nessa questão também”, informou ele.

O superintendente regional da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Mato Grosso do Sul, João Paulo Pinheiro Bueno, citou que o trecho entre os Kms 480 e 490, da saída de Cuiabá até o pontilhão da saída para Três Lagoas, tem o maior número de acidentes. “Ali a tragédia é quase certa. Há a necessidade da duplicação, isso é urgente. Daqui a dez ou cinco anos vamos estar aqui falando sobre o mesmo assunto”.

O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli, comentou que não dá para jogar o anel fora da cidade sem falar em aporte financeiro. “Para a CCR e a ANTT o novo traçado é muito mais viável. Esse é o maior problema que têm na concessão, em termos de acidentes, em termos de desgaste, em termos de efeitos negativos, é justamente esse trecho da saída para Cuiabá a saída para São Paulo”.

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual, Alexandre Magno Benites de Lacerda, destacou a necessidade do novo rodoanel como forma de coibir as mortes por acidente e o estrangulamento dos bairros. “O bairro noroeste sofre com dificuldade de acesso fechado por uma rodovia, o Parque dos Poderes tem dificuldade de crescimento, porque o Jardim Veraneio é espremido pela rodovia”, frisou.