Projetos de musicalização da REME auxiliam no desenvolvimento e estimulam a criatividade dos alunos
Estudos científicos exaltam os benefícios produzidos pelo hábito de ouvir e fazer música. Esse tipo de atividade é capaz de estimular a criatividade, o raciocínio, elevar níveis de concentração, promover a autodisciplina e reduzir o estresse.
Para contribuir com um ambiente onde a arte seja uma importante aliada no aumento de rendimento dos alunos, a Prefeitura de Campo Grande, através da Divisão de Arte e Cultura (Deac), da Secretaria Municipal de Educação (Semed), oferece aulas de musicalização, instrumentos de corda, percussão, coral e flauta doce, bem como oficinas de outras áreas artísticas para mais de mil alunos, com idades entre 4 e 14 anos.
Com espaços próprios reservados às atividades, no contraturno escolar, é mantida uma rotina de estudos musicais que passa por conteúdos teóricos e estudos práticos no instrumento.
Na escola Municipal Professor Licurgo de Oliveira Bastos, por exemplo, a Banda de Percussão, fundada no ano de 1980, é composta por cerca de 40 alunos. Sob a regência da maestrina Teresa Graça desde 2017, o grupo possui repertório bastante eclético, visitando desde clássicos da MPB à pérolas da música sul-mato-grossense.
A maestrina destaca a importância do ensino musical no ambiente escolar e ressalta como o trabalho com instrumentos de percussão ajuda os alunos a controlarem a ansiedade e se tornarem mais sociáveis. “Na percussão a pessoa extravasa com as batidas, com o ritmo e a atividade na totalidade ajuda a canalizar as emoções, auxiliando no controle da ansiedade, tornando os alunos mais tranquilos e isso é percebido no dia a dia”.
As aulas de musicalização estão entre as atividades prediletas, o que faz que a banda seja um estímulo para que os alunos se apliquem mais e mantenham bom desempenho em sala de aula, boas notas e bom comportamento.
Na banda há três anos, Marcos Daniel, de 13 anos, toca vários instrumentos. Aluno do 9º ano, ele fala do incentivo que a banda representa para a assiduidade dos alunos e na melhoria no desempenho escolar. “Amamos a música e muitas vezes, a gente encontra na banda a força para estar sempre presente, a melhorar as notas. Há dois anos eu vivi isso, não estava muito bem em História e, graças a esse apoio que tive por parte da professora e dos colegas, consegui recuperar minhas notas e ter um ano bom”.
Aluno do 8º ano, Nicolas José, de 13 anos, está prestes a completar dois de banda. Para ele, um dos pontos a ser destacado ao longo desse período é a melhoria de sua coordenação motora. “Quando passei a tocar caixa, eu tinha uma péssima coordenação motora. Não conseguia fazer quase nenhuma atividade manual e quando comecei a aprender o instrumento, me ajudou muito nisso, é ótimo poder observar essa evolução, melhorei bastante em sala de aula e agora consigo escrever rápido”, comemorou.
Às vésperas de completar 18 anos de criação, a Banda Marcial da Escola Municipal Dr. Eduardo Olímpio Machado é formada por 45 alunos no grupo principal e mantém outros 15 alunos na escolinha, etapa destinada aos novos membros preparados para, no futuro, também integrarem o time oficial. A banda é bicampeã nacional em sua categoria, nas competições de bandas e fanfarras.
Responsável pelo projeto desde o início das atividades, em setembro de 2006, o maestro Wander Gomes da Silva explica que a banda é bastante atuante e a escolha estratégica do repertório é uma forma de aproximar gerações e fortalecer laços entre escola, família e comunidade como um todo.
“A banda sempre se apresenta nos eventos do calendário escolar e a música tem um poder de transformação muito grande, é contagiante. Quando tocamos músicas como “Have you ever seen the Rain?”, por exemplo, conseguimos estabelecer conexão com os pais, os vizinhos, fazer esse público lembrar de quando tinham a idade dos alunos, possibilitamos essa viagem no tempo e, ao mesmo tempo, damos a oportunidade aos adolescentes de conhecerem e executarem peças que são atemporais”.
Ana Beatriz tem 15 anos e cursa o 9º ano, ela vem de um lar musical e participa da banda desde os 3 anos, mas começou a se dedicar aos estudos há dois anos, quando se candidatou a uma vaga para tocar bombardino (instrumento de sopro da família dos metais). Ana explica que conseguir vencer a timidez foi um dos maiores benefícios trazidos pela música.
“Eu já fui baliza, passei pelo corpo coreográfico e decidi partir para a parte dos instrumentos, e foi no bombardino que me dei melhor. Eu era muito tímida e a banda nos coloca em contato com muitos alunos, o que possibilita que a gente possa trabalhar isso, ser mais sociáveis e a gente começa a superar essas barreiras”.
Anderson Douglas dos Santos Rocha, 14 anos, do 8º ano, é trombonista da banda há 3 anos. Ele conta que teve seu primeiro contato com a música ao entrar para a equipe após a avó, que também é musicista, inscrevê-lo no projeto. Dentre as evoluções sentidas ao longo desse período em que passou a estudar música, o garoto destaca a melhora de raciocínio e a velocidade na tomada de decisões.
“Quando você está tocando precisa pensar rápido, memorizar as notas e a posição que precisa estar para encontrar as notas no instrumento e a música abre esse entendimento, melhora essa capacidade de tomada de decisão. Outra coisa que me ajudou em sala de aula foi começar a ler partitura (notação musical), que exige um grau de atenção muito grande, são várias coisas para se observar ao mesmo tempo, e com certeza isso reflete nas disciplinas do dia a dia na escola”.
A REME possui ainda mais seis projetos artísticos/culturais que se dividem nas seguintes linguagens, além da música:
Artes Visuais com Desenho Artístico, Pintura em Tela, Escultura, Grafite e Artesanato;
Danças com Jazz, Ballet, Danças urbanas, Danças contemporâneas, Danças Regionais, Corpo Coreográfico.
Teatro, Circo, Audiovisual e Contação de História.
Todos os projetos são geridos pela Divisão de Esporte, Arte e Cultura (Deac), responsável pela gerência e andamento dos projetos, por intermédio da SUPED – Superintendência de Políticas Educacionais.