CapitalDestaques

UPA’s da Capital terão espaços preparados para atender autistas

Campo Grande terá espaços sensoriais exclusivos para atender pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas unidades de urgência e emergência. Os locais foram projetados para proporcionar maior conforto aos pacientes, que também terão a prioridade nos atendimentos.

A iniciativa, pioneira no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) do País, será implementada inicialmente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) dos bairros Coronel Antonino e Universitário.

Essas unidades foram escolhidas por possuírem atendimento adulto e infantil 24h todos os dias da semana e estarem estruturadas para atender às demandas espontâneas de pacientes TEA e encaminhados via Corpo de Bombeiros e SAMU.

UPA's da Capital terão espaços preparados para atender autistas
Foto: PMCG

A atmosfera destes ambientes foi pensada para diminuir os estímulos sensoriais e visuais, com iluminação e cores claras, materiais táteis e elementos visuais simples, contribuindo para um melhor acolhimento e conforto do paciente TEA.

“Isso permitirá que pais e acompanhantes também recebam atendimento humanizado, inclusivo e respeitoso”, disse a médica e designer de interiores Fernanda Fávero, responsável pela criação do projeto.

A previsão é de que os espaços, tanto consultórios quanto salas de descompressão e estabilização, estejam em funcionamento nos próximos 60 dias. O projeto deve avançar gradativamente para as demais unidades, seguindo um cronograma a ser estabelecido.

UPA's da Capital terão espaços preparados para atender autistas
Foto: PMCG

Para a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, o projeto é a materialização da humanização do atendimento. “Entendemos que cada indivíduo possui suas particularidades e necessidades e é nosso dever, enquanto gestores públicos, assegurar que todos sejam acolhidos e atendidos com respeito e dignidade”.

Mãe de autista e entusiasta da causa, Mara Rúbia Gamon, coordenadora do Instituto Juliano Varela, destacou a importância de iniciativas focadas no acolhimento e humanização para pessoas com autismo.

“Isso não apenas melhora significativamente a qualidade do atendimento que recebem, mas também fortalece sua autonomia e confiança, influenciando positivamente em seu desenvolvimento e integração social”.

A vice-presidente da Associação de Pais e Amigos do Autista de Campo Grande (AMA-CG), Flávia Caloni, disse que as pessoas com autismo e seus familiares enfrentam dificuldades para encontrar ajuda médica adequada. Isso pode envolver desde falta de compreensão dos profissionais até ambientes inadequados que podem causar problemas.

“Essas dificuldades aumentam o estresse em situações já desafiadoras e também podem impedir que nossos entes queridos recebam os cuidados de que necessitam. A iniciativa de implementar projetos focados no acolhimento e humanização nas unidades de saúde é um marco importante”, comentou.