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Pré-candidatura de Camila Jara a Prefeitura é reafirmada pela direção local do PT

O nome da atual deputada federal por Mato Grosso do Sul, Camila Jara, foi mais uma vez garantido como pré-candidata a prefeita nas eleições deste ano. Nesta segunda-feira (19), o diretório municipal do PT promoveu uma coletiva de imprensa para tratar do assunto e reafirmar a escolha, que ao longo dos últimos dias foi colocado em xeque por uma parte da própria legenda.

O conflito interno que está rachando o PT tem como responsáveis o ex-governador e atual deputado estadual Zeca do PT e o seu sobrinho e atual deputado federal Vander Loubet. Os dois defendem que haja uma aliança partidária para que o PT possa apoiar a candidatura da atual chefe da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Rose Modesto (União Brasil), que também já figura como pré-candidata a prefeita.

Presente na coletiva, o presidente estadual do PT em Mato Grosso do Sul, Vladimir Ferreira, garantiu o nome de Camila Jara no jogo, além disso, lembrou que não houve proposta de aliança durante o processo de definição de como o partido iria se comportar nas eleições de 2024, ocorrido no ano passado conforme determinou o PT Nacional.

“Abriu-se um espaço para discutir eventuais alianças, não houve nenhuma proposta. Abriu-se um prazo para também definir a candidatura de unidade. E a direção municipal cumpriu todos esses ritos. Não tem documento novo, não tem resolução nova, o que vale é a resolução de 2023″, explicou.

Ele ainda afirmou que a pré-candidatura de Camila Jara hoje é a única que pode unir o PT na Capital. “Nós respeitamos a ex-deputada Rose Modesto, respeitamos a posição do deputado Zeca, do deputado Vander, mas discordamos. Discordamos porque entendemos que a candidatura da Camila é a que pode de fato unificar o nosso campo”, finalizou.

O presidente municipal do PT em Campo Grande, Agamenon Rodrigues, também garantiu a candidatura própria do PT e com Camila Jara concorrendo, restando agora apenas definir quem será o candidato a vice-prefeito na chapa. O dirigente ainda falou que qualquer petista que não concorde com a decisão deverá procurar pelo PT Nacional.

“Quem estiver descontente com essa situação terá que recorrer à direção nacional, só cabe a ela dizer se devemos lançar candidatura própria ou não. Vamos sentar com o deputado Vander e Zeca e vocês podem confiar que o PT não vai estar rachado nessas eleições e com certeza os dois estarão conosco nas eleições 2024”, complementou.

Agamenon ainda citou que o PT já tem como certo o apoio do PC do B e do PV. “Queremos buscar o apoio do Rede, do PSOL e o PSB, através do vereador Carlão, que é uma liderança expressiva na nossa cidade de um partido que é da base de sustentação do governo Lula”, pontuou sobre a chapa que está sendo construída.

Na coletiva, Camila Jara disse que acredita no apoio de Zeca do PT e fez questão de lembrar da sua participação ao lado do líder petista durante eleições passadas. “Espero que assim como eu fiz a campanha dele, em 1996, com apenas um ano de idade, que ele ande nas ruas de Campo Grande comigo com todo esse apoio que ele tem”, declarou a pré-candidata.

De acordo com as assessorias de imprensa de Vander e Zeca do PT, os dois irão realizar uma plenária para discutir as eleições municipais de Campo Grande na quinta-feira (22), às 18 horas, na sede do Sintcop (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada do MS).

Confira abaixo a nota-conjunta de Zeca e Vander sobre a situação envolvendo o diretório do PT:

Todas as decisões sobre os passos do PT na política e nas suas relações com a sociedade sempre foram e serão decididas mediante amplo e democrático processo interno de debate.

Este é o regimento, esta é a cultura dos nossos 44 anos de história. E não será diferente no processo eleitoral que começamos a viver.

Temos um projeto maior, que não se esgotou na disputa presidencial de 2022 e não se esgotará nas eleições municipais deste ano. É preciso criar condições concretas para garantir a afirmação dos objetivos maiores, que são fortalecer a democracia e promover justiça social e econômica.

Essa garantia não é monopólio do PT, bem como das esquerdas, mas de todo o campo que se opõe ou passa a ser opor à negação da democracia.

Apesar de a Executiva Municipal do PT, ou de parte dela, tomar a iniciativa de convocar, intempestivamente, uma coletiva com a imprensa, nomeando as lideranças com mandato que estarão presentes e excluindo os não nominados que também têm mandato popular, não há que se falar em divisão interna. Trata-se de um processo natural de construção da nossa unidade interna. Pensamos e propomos caminhos diferentes. É legítimo debatermos e decidiremos no momento e no fórum próprios. No caso, o Encontro Municipal Eleitoral que a Direção já deveria ter marcado, mas não o fez.

Tudo isso é da história e da essência do PT.

É legitima a decisão do Diretório Municipal em apontar, articular e defender a candidatura própria do PT. Não questionamos. E muito menos temos qualquer questionamento à legitimidade da pré[1]candidata apontada pelo Diretório, a companheira deputada federal Camila Jara, a quem reconhecemos como jovem liderança de grande importância.

A questão, para nós, é outra: a candidatura própria é o único e/ou o melhor caminho para o PT de Campo Grande nas eleições de 2024?

Qual é o centro político da estratégia de candidatura própria que a sustente como a melhor escolha para que o PT cumpra o seu papel e tarefa fundamentais: ampliar os espaços de sustentabilidade do governo Lula?

Nosso melhor destino é a unidade. E o centro dessa unidade é a sustentação política do nosso projeto, hoje no poder com o governo Lula.

Portanto, reafirmamos que para construir a unidade do PT, política e eleitoral, é necessário um amplo e democrático debate, para que se discuta a melhor alternativa de encaminhamento com relação à participação do nosso partido nas eleições de 2024 na Capital e no estado.