Veja como foi a primeira noite de desfiles das escolas de samba de Corumbá
Aconteceu na noite de domingo (11) a primeira noite de desfiles das escolas de samba de Corumbá, considerado por muitos como o principal e mais importante de Mato Grosso do Sul. Ao todo, cinco agremiações levaram fantasias, carros alegóricos, música e dança para a Avenida General Rondon.
Se apresentam na Passarela do Samba as escolas Marquês de Sapucaí; Mocidade Independente da Nova Corumbá; Caprichosos do Pantanal; Acadêmicos do Pantanal e A Pesada. Hoje (12), a partir das 20 horas, encerram o desfile a Imperatriz Corumbaense; Vila Mamona; Major Gama; Estação Primeira do Pantanal e Império do Morro.
A Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá (Liesco) explica que são oito quesitos, com dois jurados cada: bateria; samba-enredo; fantasias; alegorias; enredo; comissão de frente; mestre-sala e porta-bandeira e o conjunto harmônico (harmonia/evolução).
Pelo regulamento, as agremiações tiveram tempo mínimo de 55 minutos de desfile e máximo de 70 minutos.
Confira abaixo o resumo de como foi a primeira noite de desfile das escolas de samba de Corumbá:
Marquês de Sapucaí
Primeira a desfilar na noite deste domingo, 11 de fevereiro, a Marquês de Sapucaí apresentou o enredo “Sou Guerreiro Valente Guaicuru – A Minha Resistência foi para sua Existência”.
Os 700 componentes, distribuídos em 16 alas, contaram a história e trajetória da etnia Guaicuru que habitava os estados do Mato Grosso do Sul, Goiás e no Paraguai (região do Chaco).
Seu desfile contou como se tornaram excelentes cavaleiros e hábeis guerreiros e seus enfrentamentos contra portugueses e espanhóis.
Rememorou o encontro com o navegador e conquistador espanhol Álvar Nuñez Cabeza de Vaca, no século 16, e a participação dos Guaicurus na Guerra contra o Paraguai.
Mocidade Independente da Nova Corumbá
Atual bicampeã do carnaval corumbaense, a Mocidade Independente da Nova Corumbá prestou homenagens ao cantor, compositor e ator sul-mato-grossense, Almir Sater.
Por questões de agenda, o músico não participou do desfile da agremiação na noite deste domingo, 11 de fevereiro. Em busca do tricampeonato consecutivo, a Mocidade levou para a Avenida 750 componentes em 20 alas.
Seu desfile transformou a passarela do samba num palco para as histórias, letras e canções de Almir Sater. Obra que se confunde com a história e identidade cultural pantaneira e de Mato Grosso do Sul.
Caprichosos de Corumbá
O desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de Corumbá desmistificou, na avenida General Rondon, a figura do a Zé Pelintra, entidade espiritual muito conhecida nas tradições afro-brasileira.
O enredo “Salve Zé, salve os malandros e salve a malandragem” pôs por terra a ideia que malandro e maldade são sinônimos.
Apresentado pelos 650 componentes, em 13 alas, Zé Pelintra é chamado de Malandro “por ser esperto como um tigre, astuto como uma águia, sagaz como uma coruja e ágil como uma serpente”.
É dono de espírito humilde, de bondade e alegria no seu modo de ser por gostar da boemia, da vida noturna, da malandragem e ser apaixonado por bares, jogos e disputas. Pelintra teve vida de sofrimento.
Como muitos brasileiros, teve sua dignidade colocada à prova. Mas, deixou esta vida sem rancores e, após sua morte, teve elevação espiritual.
Acadêmicos do Pantanal
Penúltima a desfilar, a Acadêmicos do Pantanal apostou suas fichas na mais tradicional festa popular de Corumbá: o São João. Com o enredo “Banho de São João de Corumbá, Patrimônio Cultural e Imaterial do Nosso Pantanal”, seus 500 componentes contaram as origens da festa que reúne o sagrado e o profano na beira do rio Paraguai na noite de 23 para 24 de junho.
As 16 alas do desfile contaram que o São João Pantaneiro é único, pela tradição do banho ou batismo, com influências da cultura portuguesa e incorporação de danças indígenas e africanas, onde se destacam os cantadores de cururu e suas violas de cocho e as cirandas do siriri no levantamento do mastro do santo.
Esse é um costume que remete ao batismo de Jesus, feito por João Batista no Rio Jordão, e revela a mistura entre o catolicismo e outras religiões de matriz africana como umbanda e candomblé, celebrando a presença de João (Católico) e Xangô (Africano) na festividade. Mostrou o caminho percorrido até o reconhecimento como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil.
A Pesada
A primeira noite dos desfiles das escolas de samba terminou com a apresentação da A Pesada. A escola homenageou o médico corumbaense, radicado em Campo Grande, Victor Rocha.
O enredo “De Corumbá nasce o sonho de um pantaneiro, de Campo Grande, a realização de um doutor Victor Rocha, um menino sonhador” foi defendido por 1.100 componentes dividos em 20 alas.
Toda a história de vida do médico mastologista Victor Rocha foi apresentada na avenida. Desde os tempos de escola em Corumbá; sua passagem ainda jovem pela bateria da A Pesada; o desejo de ser médico e a concretização de um sonho: fundar, na capital do Estado, a Casa Rosa, um espaço apropriado para tratamento humanizado de pacientes com câncer.