Presídio de Dourados enfrenta surto de furúnculos e sarna; pelo menos 500 detentos já foram infectados
Um surto de furúnculos e sarna está sendo combatido e monitorado pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) dentro do Presídio Estadual de Dourados (PED), o maior de Mato Grosso do Sul que contabiliza 2,4 mil internos. Pelo menos 500 detentos já foram diagnosticados com alguma dessas duas doenças.
A informação foi confirmada publicamente nessa terça-feira (09), através de uma nota oficial. Conforme consta, a direção do estabelecimento já pediu a intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), inclusive, o responsável pela Comissão de Direitos Humanos, Jefferson Faria, esteve na unidade penal e constatou a situação grave.
Dentro da unidade, os policiais já iniciaram os procedimentos para minimizar o contágio. Entre as providências imediatas que já foram tomadas está a higienização e sanitização pontual e a reativação da lavanderia para limpeza das vestimentas e roupas de cama dos apenados, que é realizada por internos da própria unidade.
“Além disso, foi solicitado junto à Vara Criminal de Dourados a aquisição de colchões para a troca dos que estão contaminados, bem como substituição de uniformes de internos no local de maior incidência”, complementa a nota.
Os presos estão recebendo atendimento médico na PED. “O presídio conta com uma Unidade Básica de Saúde Prisional, gerida pela Secretaria Estadual de Saúde, por meio da Secretaria Municipal, onde é responsável pelos atendimentos com a equipe multidisciplinar e oferecimento de medicamentos necessários”, cita a nota.
Ainda conforme a Agepen, “uma resposta rápida e eficaz” foi realizada para que a contaminação não se alastrasse a toda a unidade penal. “Foi realizado um Manual de Boas Práticas que visa priorizar o trabalho de conscientização e servirá como informativo de orientação tanto para os gestores, servidores e reeducandos”.
Por fim, a nota cita que para o suporte na ação de combate à proliferação da contaminação, foi solicitado ainda, apoio junto a órgãos ligados à execução penal, dentre eles, Ministério Público. “O objetivo é realizar uma força tarefa na dedetização e apoio na aquisição de produtos de limpeza, colchões e cobertores necessários”, finaliza.
O Ministério da Saúde explica que a sarna é uma doença parasitária e extremamente contagiosa, transmitida pelo contato direto ou através do uso de roupas contaminadas. Já o furúnculo é uma infecção de pele, geralmente causada por bactéria.
“A situação é alarmante e demanda ação imediata. Estamos trabalhando em estreita colaboração com a direção da PED e os órgãos competentes para garantir que medidas efetivas sejam tomadas para conter essa situação de risco à saúde dos presos”, disse Jefferson Faria.