Moradores da Favela do Mandela precisam ‘de um pouco de tudo’ para recomeçar; saiba como ajudar!
Roupas, alimentos, camas e colchões, cobertores, eletrodoméstico, brinquedos… A lista de pedidos é grande, porém, necessária para que mais de 180 famílias possam recomeçar suas vidas, após perderem tudo o que tinham em um terrível incêndio ocorrido na manhã dessa quinta-feira (16) que destruiu 90% da Favela do Mandela.
Pelas redes sociais, vários grupos e movimentos estão se colocando como apoiadores dos moradores e pedindo por doações e até mesmo dinheiro para comprar os itens que os desabrigados mais precisam. A Prefeitura Municipal, através do Fundo de Apoio à Comunidade (FAC), também abriu uma campanha para arrecadar alimentos e itens básicos.
Segundo a assessoria, as doações poderão ser levadas até a sede do FAC (Avenida Fabio Zahran, 6.000, Vila Carvalho), que estará de prontidão até a meia-noite de hoje para receber as contribuições. Na sexta-feira (17), a sede abre 7h30. Também é possível ligar no 2020-1361 e, dependendo do volume de itens, uma equipe irá buscar a doação.
A FAC relacionou vários tipos de protudos para serem doados, como alimentos, materiais de higiene, fraldas descartáveis, água mineral, limpeza, roupas, colchão, enxoval de cama e de banho, materiais de construção, entre outros. Muitas famílias afetadas pelo incêndio estão somente com a roupa do corpo, já que tudo foi consumido pelas chamas.
Além da FAC, um grupo de mulheres que se identificou como integrantes de um movimento solidário de uma igreja e que sempre ajudou os moradores do Mandela também colocou quatro endereços como ponto de arrecadação:
Rua Tangará da serra, 100 – Falar com Laura
Rua Antoninho Zandominigh, 7 – Falar com Jenyffer, Stefany, Leir
Rua Tangará da Serra, 61- Falar com Jessica
Av. Dos Eucaliptos, 315 – Falar com Martha
Prefeita garante suporte para as famílias
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, esteve no local do incêndio e conversou com as famílias afetadas pelo incêndio. Na oportunidade, ela reforçou que o Executivo dará suporte para que todas consigam emitir novos documentos, assim como seguir com o processo legal de regularização da área.
“Essas famílias já estão cadastradas e serão atendidas pela Prefeitura Municipal de Campo Grande. Nós vamos seguir avançando nesse processo, que tem prazo estabelecido pela legislação. A área tem que estar totalmente legalizada para que eles possam ser removidos futuramente com indignidade”, disse aos jornalistas.
Além disso, a chefe do Executivo Municipal destacou que há um planejamento com equipes prontas para dar respostas rápidas. “Vamos atender as famílias da melhor forma possível. Quem quiser ir para o abrigo irá, será bem atendido no abrigo, mas quem quiser ficar aqui, nós também vamos fazer uma estrutura segura para acolher”, disse.
Entre as ações que a Prefeitura fará está o Programa Locação Social, voltado às famílias que ainda não foram sorteadas anteriormente em programas habitacionais de interesse social e que têm dificuldades em arcar com os custos de aluguéis provenientes do mercado imobiliário tradicional.
Após o incêndio, os moradores cujas casas foram atingidas tiveram ajuda diretamente do CRAS Estrela do Sul, situado na Avenida Pref. Heráclito Diniz de Figueiredo. A Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) informou que somente nesta quinta-feira serão distribuídos em torno de 500 marmitex, 240 colchões, 400 cobertores e 50 cestas básicas.
A pasta informou ainda que até às 17h havia 147 pessoas, de um total de 46 famílias que aceitaram o acolhimento. Esse número pode aumentar se as famílias que recusaram ser acolhidas mudarem de ideia. Os acolhidos irão para a Escola Municipal Kamé Adania, localizada no Conjunto Habitacional Nascente do Segredo.
Os acolhidos terão alimentações no local, café da manhã, almoço e jantar proporcionado pelos CRAS Estrela do Sul, Vila Nasser, Vida Nova e Aparecida. A previsão do acolhimento é de dez dias a princípio, já que haverá reuniões diárias com equipes da Prefeitura.
Ainda segundo a Prefeitura, foi firmada uma parceria com o Exército para disponibilizar 25 barracas para as famílias que não quiseram deixar o local. Eles serão mantidos com água e comida pela atual gestão. A Guarda Civil Municipal fará a segurança para essas famílias que decidiram permanecer na favela.
Em fevereiro desse ano, a prefeita esteve no Mandela para anunciar que seria construído um conjunto habitacional na região para abrigar os moradores, que vivem em condições precárias. Na época, uma chuva alagou a área ocupada ilegalmente e provocou destruição de alguns barracos.
Entretanto, passados oito meses, a prefeita foi questionada pelos moradores que mais uma vez perderam tudo o que tinham sobre o andamento dessas obras, que sequer saíram do papel. Em resposta, Adriane Lopes disse que o projeto está na fase de regulação ambiental e que não há previsão para a próxima fase.
‘É moroso e temos burocracias a serem respeitadas. Mas no momento do acidente vamos atender a todos que querem o acolhimento. Temos o serviços da prefeitura a toda comunidade. Ninguém vai ficar desatendido. Não tem como entrar em outra área ilegal, tirar de uma situação irregular e colocar em outra. Somos legalistas, precisamos obedecer a lei. Vamos garantir o direito de cada pessoas que está aqui”, disse.