Após perderem tudo em incêndio, moradores da Favela do Mandela serão incluídos no Programa ‘Aluguel Social’
Ainda não é possível afimar o que provocou o incêndio que destruíu quase toda a Favela do Mandela, em Campo Grande, na manhã dessa quinta-feira (16). Para o Corpo de Bombeiros, a principal suspeita é de que algum curto-circuito tenha iniciado as primeiras chamas.
Devido ao calor intenso, as fortes rajadas de vento e principal o fato do material usado na construção dos barracos ser de alta combustão (madeira, lona de plástico e telha de fibrocimento), o fogo ganhou proporções incontroláveis rapidamente e exigiu esforço maior dos militares e da comunidade. Ao todo, foram quatro caminhões pipas.
O número de barracos atingidos pelo incêndio foi calculado em 187, o que corresponde a 90% do total de famílias abrigadas na área, que fica próxima ao bairro Jardim Presidente, na região do grande Nova Lima, e às margens do Córrego Segredo. Há um projeto de construção de um condomínio popular para abrigar os moradores dessa favela.
Enquanto o incêndio ia consumindo os barracos, que são todos grudados um no outro, os moradores foram retirando seus objetos de maior valor, como botijões de gás, geladeiras, fogões, máquinas de lavar, documentos, entre outros itens. No entanto, grande parte perdeu tudo o que tinha e só ficou mesmo com a roupa que está no corpo.
Representando a Prefeitura Municipal, o secretário-adjunto da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), Cláudio Marques, esteve na favela acompanhando os trabalhos de resgate e afirmou para a imprensa que as famílias afetadas serão colocadas em imóveis alugados pelo próprio Município.
Antes, porém, eles deverão ser acolhidos no Cras (Centro de Referência de Assistência Social) do bairro Estrela do Sul, que fica há poucos metros de distância da área ocupada. No local, será feito o cadastro para que todos sejam incluídos no programa “Aluguel Social” e demais beneficios assistencialistas, como o Bolsa Família e o Vale Renda.
“Vamos ofertar o aluguel social para que possam ter uma moradia enquanto o imóvel fixo não surgir. Vamos levantar o número e o que for necessário para poder abrigar as pessoas, ainda mais nesse calor”, declarou o secretário- adjunto. Serão ofertados aos desabrigados roupas, colchões, alimentos, água, entre outros.
Também estiveram no local do incêndio representantes da Defesa Civil, Guarda Civil e da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). De acordo com o Corpo de Bombeiros foram pelo menos duas horas de combate às chamas, que agora já estão extintas. O total de água usada não foi informado.
A Prefeitura de Campo Grande está usando uma retroescavadeira para revirar os entulhos enquanto os militares fazem o chamado trabalho de rescaldo. Esse é o maior incêndio em toda a história da Favela do Mandela, que tem pouco mais de 10 anos de existência e um longo histórico de trajédias que vão desde incêndios a alagamentos.
Veja vídeos do incêndio: