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Vereador diz que PMs estão “gordos, barrigudos e com depressão porque não têm o que fazer”; PMMS e Câmara repudiam

O vereador André Luis (Rede) protagonizou uma grande polêmica ao fazer o uso da palavra na sessão ordinária dessa terça-feira (31) da Câmara Municipal de Campo Grande. Em tom de crítica à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), ele acusou os militares de fazerem uso do aplicativo de troca de mensagens WhatsApp ao invés de patrulharem e fiscalizarem as ruas e avenidas da cidade e combater os crimes, em especial o furto de fios de energia que tanto tem atormentado a vida dos cidadãos.

“Não basta ficar passeando numa caminhonete 4×4 com quatro policiais dentro e lá no centro da avenida não tem ninguém. Não adianta o Estado fazer concurso para 700 policiais, porque não tem 700 salas com ar-condicionado em Campo Grande. Policial tem que estar na rua, o policiamento é ostensivo. Não basta ter policiamento, é preciso que a gente tenha sensação de segurança e a sensação de segurança é policial na rua”, disse o vereador em sua fala.

André Luis também enfatizou que é necessário uma “segurança de verdade” em Campo Grande. “Não é um grupo de 10 na esquina mexendo no Whatsaap, é um policial para cada oito quarteirões, isso é que vai trazer a sensação de segurança. Não basta concurso público, não basta falar que gastamos milhões em armamento e viatura se a gente não vê policiais. Campo Grande é protegida por Deus, porque o que está ai é uma piada”, declarou, em tom mais firme.

Já no final da fala, ele declarou que “os policiais estão todos gordos, barrigudos e com depressão porque não têm o que fazer”. “Precisamos de segurança de verdade. Não adianta concurso público para colocar policial atrás de mesa em administrativo, tá tudo gordo, barrigudo e com depressão porque não têm o que fazer. Bota na rua. Fica todo mundo magrelinho. Todo mundo perde a depressão e começa a ter uma produção para cidade”, finalizou.

O site MS Hoje procurou pelo vereador André Luis e a sua assessoria de imprensa para saber se ele irá fazer algum tipo de retratação sobre a sua fala na tribuna, porém, não obtivemos o retorno até a publicação deste texto. A eventual manifestação de resposta será acrescentada assim que nos for entregue. Confira abaixo na íntegra a fala do parlamentar:

PMMS e Câmara Municipal repudiam a fala de André Luis

A repercussão ao pronunciamento do parlamentar foi imediata. Em nota à imprensa e que também foi compartilhada nas redes sociais, o comando da PMMS disse que o político partiu de um “achismo estapafúrdio desprovido de qualquer embasamento técnico para opinar sobre o tema”.

“Tal posicionamento é típico de quem desconhece os problemas relacionados à Segurança Pública e profere suas opiniões no conforto de um gabinete agradavelmente refrigerado, o que também o impede de visualizar o policiamento ostensivo desenvolvido pelos bravos Policias Militares de nossa Corporação, não só em Campo Grande, mas em todo o nosso Estado”, cita o comunicado oficial.

Ainda segundo a PMMS, “causa estranheza que um ente político que tem a incumbência de legislar e propor soluções legais para os problemas relacionados à Segurança Pública procure atacar aqueles que efetivamente solucionam os problemas dessa natureza diuturname”.

Câmara Municipal de Campo Grande também divulgou uma nota à respeito da situação e repudiou a atitude isolada do parlamentar. “A Câmara aproveita para exaltar todo o empenho prestado, para garantir a segurança de todos os nossos cidadãos. “A PMMS tem todo nosso respeito e admiração, e por isso repudiamos esse tipo de atitude que ocorreu na sessão”, cita o texto, assinado pelo vereador e presidente da Casa, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB).

Quem também se manifestou contra foi o vereador e coronel da PM, Alírio Villasanti (União Brasil). Através de um vídeo nas redes sociais, o parlamentar classificou a fala de André Luiz como “revoltante, preconceitusa, infeliz e desrespeitosa”. Segundo ele, o ingresso de um PM se faz perante concurso público com provas duríssima de seleção, como o teste de aptidão física.

“Além disso, a PM é uma das instituições públicas mais fiscalizadas do País, com Código Penal, Código Penal Militar, corregedoria, Justiça Militar e a própria sociedade”, elencou Villasanti. “O policialmento ostensivo e preventivo não é feito de forma aleatória. Baseia-se em um planejamento, mancha criminal e estatisticas”, complementou ele, defedendo a classe policial.

Em outro momento do vídeo, Alírio pede ao colega vereador para que não banalize as doenças mentais e que não seja gordofóbico. “Não denigra uma profissão que é tão importante para a sociedade e tenha a grandeza, pelo menos se retrate das suas infelizes colocações na sessão de hoje”, pediu o parlamentar.

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