Capital

Nefrologia Pediátrica do Humap customiza bonecos para pacientes em tratamento

Bebês, crianças e adolescentes também podem sofrer com doenças renais, como infecções urinárias, cistos, tumores, tubulopatias, doenças congênitas, insuficiência renal aguda e a doença renal crônica. Apesar da doença renal crônica ser menos frequente durante a infância, representa um grande desafio, por acometer o paciente durante as fases de crescimento e desenvolvimento neurológico e psicossocial.

 Se para um adulto enfrentar as sessões de diálise e hemodiálise é um momento difícil, para uma criança que precisa ficar por quase seis horas no leito aguardando o procedimento ser realizado, é ainda mais intensificado.

A diálise é um procedimento artificial que remove os resíduos e a água em excesso no sangue. As duas principais formas de diálise são a diálise peritoneal e a hemodiálise. A hemodiálise acontece fora do organismo, enquanto que a diálise peritoneal ocorre no interior.

Em ambos os casos é necessária a inserção de cateter de forma cirúrgica (cateter de diálise peritoneal e cateter de hemodiálise) que muitas vezes é desconfortável e aparente, deixando o paciente limitados em suas ações, até mesmo como um ato simples de tomar banho, pois o acesso não poder ser molhado.

O processo de diálise exige do paciente cerca de 6 horas no leito. Não é permitido sair, nem ficar em pé, muitas vezes um processo desafiador para os pacientes pediátricos.

Pensando em uma forma de tornar o momento dos procedimentos menos monótonos, menos dolorosos, em que a criança não se sinta só e, aos mesmo tempo representada, a equipe do Serviço de Nefrologia Pediátrica do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), filiado à Ebserh, customizou bonecos de personagens que possuem cateteres e acompanham o paciente durante o tratamento.

A ideia partiu da enfermeira Flávia Nantes Fausto e da técnica de enfermagem Jackeline Braga Maciel, ambas do Pronto Atendimento Pediátrico, para que os pacientes ficassem mais calmos nos procedimentos.

“ A enfermeira Lígia nos pediu para que fossem introduzidos bonecos com as crianças da diálise. Foi então que fizemos o Hulk, com cateter de dialise peritoneal e a Ladybug com cateter de hemodiálise”, explica Flávia.

O primeiro boneco a ser preparado foi do personagem Incrível Hulk, justamente a pedido do paciente João Guilherme Morales dos Santos, de 5 anos, que retomou as sessões de diálise e estava um pouco resistente em realizar o procedimento. Ele havia contato que gostava do personagem e que queria ter uma barriga igual ao do super herói. Foi então que a equipe se empenhou em busca de um boneco do Hulk, que atendesse os critérios de controle de infecção (os brinquedos são devidamente higienizados antes e depois das sessões) e ele foi customizado com o cateter igual ao que o João usa.  Posteriormente, a boneca da Ladybug foi personalizada.

Os bonecos permanecem com a criança durante toda sua sessão, o que dá a sensação de companhia e superação e também se sente incluída, uma vez que os brinquedos estão com os mesmos dispositivos que elas. E retornam na consulta junto com o paciente, para que eles também sejam avaliados.

“ Isto resume o trabalho da enfermagem na nefrologia pediátrica: acolhimento, empatia e muito amor com nossos pequenos. Indispensável em nossa prática clínica”, agradece o Oreste Angelo Ferra Neto, Chefe da Unidade da Criança e do Adolescente e apoiador da ideia.

A estreia do João com o Hulk foi um grande sucesso e ambos permaneceram calmos e tranquilos durante seus tratamentos.

BONECOS
 Hulk e Ladybug customizados para acompanhar os pacientes pediátricos da diálise