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Praça das Águas é um ponto triste no região mais visitada de Campo Grande

A Praça das Águas, área de preservação criada para reduzir os impactos ambientais e também as enchentes na região da Avenida Afonso Pena, no trecho em frente a um shopping, deverá passar por obras de recuperação por parte da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

A determinação para isso partiu da 3ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), que acolheu os argumentos apresentados na apelação do Ministério Público e agravou a condenação que já tinha sido imposta à Prefeitura para incluir a recuperação e o cuidado com a Praça das Águas.

Conforme consta no proceso, a Prefeitura foi condenada a pagar uma multa na ordem R$ 150 mil, corrigidos, a título de dano moral coletivo. Ficou determinada a instação de um sistema para medir o volume das águas que se elevam na temporada das chuvas, a adoção de mecanismos para conter a erosão às margens do Córrego Prosa, plantio de árvores e limpeza da praça.

Autor da ação, o MPMS apontou que o Município fez intervenções no local onde foi erguida a Praça das Águas de forma irregular, sem apresentar licenças ou qualquer tipo de projeto ambiental. No entendimento do órgão, era necessário instalar equipamento para medição do volume das águas, estrutura para conter erosão e ainda o plantio de árvores para a proteção do curso d’água.

Durante o curso do processo, a Prefeitura defendeu a regularidade das intervenções, constando que não havia projeto específico para aquele trecho, uma vez que a obra estava inserida em um plano mais extenso para conter enxurradas. Pontuou também que havia sistema para medição de volume das águas na Avenida Ricardo Brandão e na Via Parque, após a Avenida Mato Grosso.

Além disso, o Município argumentou que havia uma parceria com a Associação A Boa Praça que deveria providenciar a preservação do local e que já havia plantado cerca de cem mudas de ipês na área do parque.

Em primeiro grau, na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa reconheceu a ocorrência de dano moral coletivo diante da perda ambiental e fixou a multa. Já o relator do recurso do Ministério Público, desembargador Amaury Kuklinsky, agravou as obrigações da Prefeitura, sendo seguido pelos desembargadores que analisaram o tema.

Praça da Tristeza

Praça das Águas é um ponto triste no região mais visitada de Campo Grande
Praça das Águas vista na parte da Avenida Afonso Pena, em frente ao shopping (Foto: Redes Sociais)

A praça das Águas está localizada ao longo da margem esquerda do córrego Prosa, na intersecção das avenidas Afonso Pena com Arquiteto Rubens Gil de Camillo, e das ruas Jeribá e Ceará, onde há uma pequena cachoeira. Ao todo, são 6 hecatres de área preservada, passanod por trás de três conjuntos de apartamento de luxo.

O local foi criado na gestão do ex-prefeito e hoje senador Nelsinho Trad (PSD), sendo inaugurada em 2007. A obra integrava o plano diretor de drenagem para controle de enchentes na Bacia do Prosa da Prefeitura de Campo Grande e aumentou em 22% a capacidade de retenção na Bacia do Prosa.

Na época de sua inauguração, ficou prometida que o espaço receberia até mesmo um auditório e um mirante, além de instalar bancos e estandes com temática ambiental na área de preservação ambiental. A ideia era ser um grande ponto turístico na avenida de maior movimento da cidade.

Quem passa pela praça com frequência sabe que o local nunca foi um ponto turístico e sempre esteve abandonada por parte do Poder Público. É recorrente cenas de depredação, com pichação, furto de objetos e muita sujeira acumulada que acaba caíndo dentro do córrego. O local não tem segurança alguma, sendo um atrativo apenas para usuários de entorpecentes.