Cauê, o gato aventureiro, contra a agulha maléfica: uma crônica divertida!
E não é que o danado do gato fez mais uma de suas travessuras? Ora, o bichano Cauê, sequestrado pela diversão, encontrou um resto de linha amontoado em um canto do chão da casa e foi obrigado a brincar. Ocorre que entre os fios daquele novelo, já sem vida e que se decompunha com o avanço das horas, havia um agulha bandida, um ser cruel, terrível e de pensamentos maléficos.
No alto dos seus cinco anos de vida, Cauê tinha consigo a experiencia da maturidade, entretanto meus nobres leitores, não há no universo da gatolândia um miau que resista a tentação de um novelo. Empolgado, carregou tudo para outro canto do cômodo logo que viu o momento em que a sua avó (no caso, a mãe do tutor Leonardo Freitas) tentou lhe tomar tal entretenimento.
A mulher tinha notado a presença da agulha entre as linhas, mas quando avançou para retirar, já era tarde! Cauê tinha engolido tudo, desde o metal pontiagudo até um pouco das linhas e, engasgado, passou a tossir na tentativa de jogar para fora o que tinha comido, mas não conseguiu.
Ante ao caos do momento, Leonardo de pronto lembrou de outra situação que enfrentou com o amigo bichano, quando este debutava a fase infantil. No episódio em memória, Cauê inventou de pular uma janela da casa e, devido a altura e o erro de cálculo, acabou por sofrer uma lesão em uma das patinhas traseiras. “Ele precisou ficar por uma tala, mas mesmo assim não parava quieto”, contou.
Voltando à crônica da agulha, Leonardo ligou para uma clínica veterinária próxima, onde foi feito um raio-x, constatando que a mesma estava presa no estômago. A partir dessa constatação, se viu necessária a realização de uma cirurgia no gatinho. No outro dia pela manhã, o tutor levou até a Subea (Subsecretaria de Bem-Estar Animal) e de onde foi encaminhado ao hospital veterinário da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso od Sul) para que o procedimento fosse feito às pressas.
Firmado em março deste ano, o convênio da Prefeitura com a UFMS garante que serviços de alta complexidade sejam disponibilizados de forma gratuita em Campo Grande, como consultas veterinárias especializadas, ultrassonografia, radiografia, eletrocardiograma, endoscopia, exames laboratoriais bioquímicos e parasitológicos, cesarianas, cirurgia ortopédica, cirurgia de piometra emergencial e atendimentos de emergência.
“A veterinária que fez o raio-x me cobrou um valor que não conseguiria pagar, para retirar a agulha. Trouxe na SUBEA e consegui o encaminhamento para o mesmo dia. E o melhor que foi sem nenhum custo”, relatou o tutor. A cirurgia do Cauê foi um sucesso e foi liberado para casa no mesmo dia. “Agora ele está aqui mais quietinho, mas se alimentando bem e tomando os remédios que foram passados”, finalizou Leonardo.
A veterinária da Subea, Stefanie Centurion, explicou que a ingestão de corpo estranho é uma ocorrência bastante comum nos consultórios veterinários. “Quando os objetos são pequenos, o próprio organismo consegue dar conta de eliminá-los. O problema acontece quando são itens muito grandes ou pontiagudos, que ficam presos no organismo dos animais e podem até causar cortes e perfurações em seus órgãos, tornando urgente a retirada, antes que as complicações causem a morte do animal”.
Tornar o ambiente mais rico em termos de atratividade, desafio e diversão para os animais é uma ótima opção para evitar travessuras como as do Cauê. No entanto, Stefanie ressalta que é preciso entender que enriquecimento ambiental é muito mais do que simplesmente jogar alguns brinquedos no chão da casa. “É uma maneira de criar desafios, obstáculos e situações para o seu pet gastar energia”.
Serviço: você também pode receber o atendimento gratuito da Subsecretaria, são disponibilizadas 15 senhas pela manhã, a partir das 7h30, e mais 15 senhas a tarde, a partir das 13h, sempre às segundas, terças, quintas e sextas-feiras. Às quartas, a equipe realiza atendimentos exclusivos a ONGs e protetores independentes. Para mais informações o tutor interessado pode ligar no 2020-1397.