Segurança reforçada, ex-ministro na defesa e duração 4 dias: veja como será 1º júri de caso que revelou milícia armada em MS
Começa nesta segunda-feira (17) o que é chamado de “júri da década” para Mato Grosso do Sul. Jamil Name Filho – ou Jamilzinho como é conhecido – Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo vão sentar nos bancos dos réus para serem julgados por júri popular.
O esquema para o júri é intenso e cheio de particularidades. Os réus são ligados a milícia armada do jogo do bicho no estado.
Mãe será assistente de acusação: A organização criminosa foi descoberta após Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, ser morto a tiros de fuzil em frente de casa, em abril de 2019 em Campo Grande. A morte foi encomendada pela milícia de Jamilzinho, mas o alvo era o pai do jovem. Nesta segunda, Cristiane Coutinho, mãe de Matheus, vai ao júri para atuar como assistente de acusação dos réus que mataram o filho dela e o mandante do crime.
Esquema de segurança reforçado: Fontes ligadas ao setor de segurança pública de Mato Grosso do Sul afirmam que a estrutura de segurança será extremamente pesada. Não se sabe quantos policiais serão mobilizados para ação. O Batalhão de Choque estará presente no júri.
Duração do júri: O júri começa na segunda-feira e pode terminar na quinta-feira (20). O término ainda é incerto, já que vai mobilizar várias testemunhas e são três réus. O júri pode se alongar até o sábado (22).
Jurados: Ao todo, o júri popular será composto por sete jurados. Como são vários dias, os jurados vão se hospedar em um hotel. Durante todo o tempo o júri será escoltado e monitorado por questões de segurança. Questões de logística como alimentação e transporte também fazem parte do esquema.
Advogado de defesa: O ex-ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Nefi Cordeiro faz parte da defesa de Jamilzinho. Em 2021, o, então ministro, deixou a corte. Desde aquele ano, Nefi voltou a advogar.
Quem são as testemunhas: São 13 testemunhas, entre acusação e defesa. Entre as pessoas que vão compor os depoimentos estão delegados que já estiveram em condição de ameaça pelos réus pela atuação no estado.
Telão e lugares no plenário: O salão principal onde os depoimentos em juízo serão dados tem capacidade para 150 pessoas. Entretanto, um outro plenário ficará disponível com um telão, em que será transmitido o júri. No local é esperado a presença de veículos de imprensa, juristas, alunos de Direito e entre outros.
Depois quase quatro anos de morte, 1º júri: Esta será a primeira vez que os acusados de matar o jovem Matheus Coutinho Xavier vão a julgamento. Além do homicídio, os réus são acusados por outros vários crimes.
Os crimes que os réus são acusados: Após a morte de Matheus, investigações caminharam e descobriram a ligação dos réus em outros crimes: milícia armada, extorsão, corrupção, tráfico de armas e organização criminosa.
Morte por engano deu início às investigações: Matheus morreu aos 20 anos no lugar do pai. Conforme as investigações, o assassinato foi premeditado e o alvo era o pai do jovem. A partir do início das apurações do caso da morte do rapaz, a operação Omertà nasceu. Desde então, uma das milícias de maior atuação em Mato Grosso do Sul passou a ser desmantelada.