Jair Bolsonaro diz que decisão do TSE foi “uma facada nas costas da democracia brasileira”
Ao falar pela primeira vez sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que resultou na perda dos seus direitos políticos pelos próximos oito anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em coletiva de imprensa, citou que ‘levou uma facada nas costas’, afirmou que o ‘Brasil está de luto’ e ainda mencionou que o País ‘caminha para uma ditadura’.
“Não gostaria de me tornar inelegível. Na política, essa frase não é minha, ‘ninguém mata e ninguém morre’. Hoje, levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder político”, afirmou em Belo Horizonte (MG), fazendo referência ao episódio de 2018, quando foi esfaqueado na barriga durante a campanha. “Quem levou essa punhalada não foi Jair Messias Bolsonaro, foi a democracia brasileira”, completou.
Em outro momento, o ex-presidente criticou o atual Governo e ponderou que a decisão do TSE foi para tirar o seu nome da disputa eleitoral de 2026. “Estamos no caminho de uma ditadura. Quer dizer que o caminho está muito avançado para uma ditadura. Eleições sem confronto não é democracia. Quem seria oposição para esse atual mandatário que está aí em 2026?”, indagou, acrescentando que não haverá mais oposição. “O Brasil fica de luto. Alguém vai soltar fogos, obviamente, e vai entrar em campo para ganhar quase que por W.O. em 2026”, finalizou.
Ainda de acordo com a sua fala, agora irá conversar com os advogados para definir se vai recorrer ao TSE ou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender os efeitos da inelegibilidade. No STF, os três ministros que integram tanto o STF como o TSE (Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Nunes Marques) não podem ser relatores de uma eventual liminar que venha a ser requerida pela defesa de Bolsonaro. Os advogados dele já deram sinais de que vão recorrer. Na prática, a inelegibilidade é imediata.