Reeducandos de Campo Grande aprendem nova profissão produzindo chapéus
Fonte de renda e de ocupação produtiva, reeducandos da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, na Capital, estão com uma nova oportunidade de deixar a ociosidade para aprimorar as habilidades profissionais. Uma oficina de produção de chapéus, artigos de selaria e artefatos em couro foi instalada na unidade.
A iniciativa é uma parceria firmada pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a empresa Karandá e representa a terceira oficina aberta pelos empresários em unidades prisionais do Estado.
Contratando, inicialmente, quatro internos, a oficina da Gameleira II produz, semanalmente, 500 chapéus de palha e couro em média.
Além da remição de um dia na pena a cada três dias trabalhados, o labor digno e remunerado representa uma oportunidade a mais de ressocialização.
“É muito importante, pois me ajuda muito a distrair a cabeça e me incentiva a sair daqui uma nova pessoa. Com a remuneração também consigo ajudar meus filhos lá fora”, é o que revela o interno L. M. G., que realizou a prova do Enem PPL no presídio e sonha em cursar Engenharia Ambiental e Sanitária.
Responsável pela coordenação dos trabalhos na oficina, o reeducando R. R. utiliza seu conhecimento de 15 anos em costura para orientar os outros internos. “Aqui fazemos a modelagem, colagem e acabamento das peças. Ocupar a minha mente com algo fora do pavilhão é o que mais me motiva com o trabalho”, revela o apenado que está preso há um ano.
O trabalho consiste em separação e limpeza dos materiais, colocação de forro, aba, costura e colagem de couro. A produção é focada na montagem e acabamento de chapéus, mas também na confecção de outros artesanatos, como sacolas em tecido.
No Centro de Triagem, na Capital, onde o trabalho é desenvolvido desde 2016, a oficina representou um marco para o local, já que foi a primeira oficina instituída por meio de parceria com empresas. Na unidade, são confeccionados copos, canecas, guampas e cantis, dentre outros materiais, com mão de obra de 15 reeducandos.
Atualmente, mais de 38% de toda a massa carcerária de Mato Grosso do Sul realiza ocupação produtiva, por meio do oferecimento entre as parcerias firmadas. Os convênios são coordenados pela Diretoria de Assistência Penitenciária, por meio da Divisão de Trabalho Prisional.
Segundo o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, são 216 parcerias com empresas privadas e instituições públicas que proporcionam ocupação produtiva a mais de 6,5 mil homens e mulheres em cumprimento de pena.
“O trabalho tem representado uma importante ferramenta de transformação de comportamentos e de pensamentos, gerando novos valores de vida e mais dignidade para quem passa pelo sistema de justiça criminal do estado”, afirma o dirigente.
Contatos para mais informações sobre a contratação de mão de obra prisional podem ser feitos pelo telefone: (67) 3901-1046 ou pelo e-mail: trabalho@agepen.ms.gov.br.