Em MS, 47 aves já foram investigadas por suspeitas de gripe e nove tiveram a coleta de amostras
Em Mato Grosso do Sul, os órgãos da vigilância sanitária e saúde animal já realizou nove coletas de amostras em aves suspeitas de estarem contaminadas com a Síndrome Respiratória e Nervosa (SRN) ou influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP, vírus H5N1). Até essa quinta-feira (08), foram 47 investigações realizadas no estado, mas nenhum caso foi confirmado.
Os dados estão disponíveis em uma plataforma lançada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) que monitora o avanço da doença no País. Até o momento, são 30 focos confirmados em aves silvestres nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo.
As espécies afetadas foram: Thalasseus acuflavidus (trinta-réis-de-bando), Sula leucogaster (atobá-pardo), Thalasseus maximus (trinta-réis-real), Sterna hirundo (Trinta-réis-boreal), Megascops choliba (corujinha-do-mato), Cygnus melancoryphus (cisne-de-pescoço-preto), Chroicocephalus cirrocephalus (Gaivota-de-cabeça-cinza), Fregata magnificens (Fragata) e Nannopterum brasilianum (biguá).
O Espírito Santo é o estado com o maior número de casos de gripe aviária no País, com 20 focos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) confirmados. Até então, o Brasil nunca havia registrado ocorrência da doença em seu território.
A orientação do MAPA é para que a população não recolha aves que encontrarem doentes ou mortas e acionem o serviço veterinário mais próximo para evitar que a doença se espalhe. Não há mudanças no status brasileiro de livre da IAAP perante a Organização Mundial de Saúde Animal, por não haver registro na produção comercial.
A doença
A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves domésticas e silvestres. Ela é caracterizada principalmente pela alta mortalidade de aves que pode ser acompanhada por sinais clínicos, tais como andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarreia.
O vírus H5N1 não infecta humanos com facilidade, mas o aumento de casos recentemente deixou as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta. As infecções humanas podem acontecer por meio do contato com aves infectadas, vivas ou mortas, ou ambientes contaminados com secreções respiratórias, sangue, fezes e outros fluidos liberados no abate das aves.
O risco de transmissão às pessoas por meio de alimentos devidamente preparados e bem cozidos também é muito baixo. Além disso, a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada, ou seja, por enquanto, o vírus não se espalha facilmente de pessoa para pessoa.
Apesar de ser pouco frequente, em humanos, a gripe aviária pode ser grave, com alta taxa de mortalidade. O Instituto Butantan, em São Paulo, começou a desenvolver uma vacina contra a doença [], devido à preocupação de que ela possa se tornar uma nova pandemia.