Câmara pressiona por contratação de assistentes inclusivos e decide não votar mais projetos do Executivo
Os projetos encaminhados pela prefeita Adriane Lopes (PP) não serão mais votados pela Câmara Municipal de Campo Grande. A decisão foi comunicada pelo presidente da Casa de Leis do Município, vereador Carlão (PSB), durante a sessão ordinária desta quinta-feira (25).
O motivo para o ato decorre da constante reclamação de pais e responsáveis por alunos da Rede Municipal de Ensino (REME) quanto a falta de assistentes educacionais inclusivos e também de professores de apoio pedagógico especializado dentor das salas de aula para atender as necessidades específicas de cada crianças.
“Vamos tomar essa atitude enérgica para que as crianças não fiquem sem os assistentes e professores inclusivos. A Câmara e todos os 29 vereadores são solidários à causa das crianças que necessitam de atendimento especial e inclusivo”, afirmou Carlão, citando que na terça-feira (23) ouviu da própria prefeita a promessa de que seriam contratados novos educadores inclusivos já na quarta-feira (24), o que não aconteceu até agora.
Associação reforça que alunos estão sem educadores
Durante a sessão ordinária, a representante da Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista, Naína Dibo, utilizou a Palavra Livre da Tribuna para cobrar a presença de professores de apoio especializado nas escolas e afirmou que muitas crianças estão sem aulas por conta disso.
“Nossos alunos não estão dentro das escolas. Inúmeras crianças foram, mas não tem professor de apoio e a direção não foi comunicada. Saiu a convocação de 89 professores e ainda não foram lotados. Nós queremos que essas crianças voltem para as salas de aula. A escola é o principal ponto de apoio que essas famílias têm. Essas crianças precisam se desenvolver”, disse ela.
Naína também citou que há inúmeras crianças devidamente matriculadas, mas sem nenhum profissional de apoio, sem adaptação de conteúdo, sem acessibilidade necessária para o ensino-aprendizagem e sofrendo violência emocional. Ainda segundo a sua fala, houve troca repentina de profissionais de apoio que atendiam as crianças da educação especial da Rede Municipal de Ensino.
O vereador Dr. Victor Rocha (PP) também se manifestou dizendo que é preciso resolver a situação de maneira definitiva. “Não podemos concordar com a substituição dos profissionais que acompanham as crianças autistas no meio do semestre. Isso pode ocasionar uma ruptura no processo de aprendizagem e até mesmo a evasão escolar”, pontuou.