Após rusgas, lideranças do MDB e PSDB voltam a ficar frente a frente para tratar de política
A presença de Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, em Campo Grande movimentou os bastidores da política estadual nesta segunda-feira (15), quando lideranças do partido dela, o MDB, e do PSDB, do atual governador Eduardo Riedel, estiveram reunidas durante pelo menos duas horas para colocar ‘os pingos nos is’ e acertar uma aliança futura, após os desfechos nada amigáveis vistos no segundo turno de 2022.
Pela primeira vez desde então, os mais importantes nomes das duas siglas estiveram sentadas em uma mesma sala. No lado emedebista, foram vistos André Puccinelli, Junior Mochi, Waldemir Moka e Eduardo Rocha, esposo de Simone, enquanto que do time azul do PSDB participaram Reinaldo Azambuja, Sérgio de Paula e o próprio governador Eduardo Riedel. O principal fato foi um aperto de mão entre esse último e Puccinelli, que decidiu não o apoiar no segundo turno passado, após a sua amarga derrota.
Ao discutirem o assunto que mais gostam, a política, foi proposto uma aliança entre as legendas para as eleições municipais de 2024 e também para o duelo maior, de 2026. No primeiro momento a ideia que é um apoie o outro, porém, somente em algums determinados municípios, especialmente onde um desses não tiver uma liderança ‘de peso’ para vencer a disputa local. Sobre as eleições estaduais, seria garantida a base para a reeleição de Riedel em troca da prefeitura de Campo Grande.
André tem o seu nome ventilado como pré-candidato a prefeito e pode receber uma indicação dos tucanos para a composição da chapa, possívelmente do deputado federal Beto Pereira ou do presidente da AGEMS, Carlos Alberto de Assis, que é amigo próximo de Reinaldo Azambuja e sempre teve o desejo de ocupar um cargo maior. A ideia é fortalecer o nome de Puccinelli, tendo em vista o desgaste dos últimos anos em virtude da operação Lama Asfaltica, que revelou esquemas de corrupção em seu governo.
Para à imprensa, o discurso falado pelas líderanças foi outro. No caso de Reinaldo Azambuja, que é o presidente estadual do PSDB, ele garantiu que não foi tratado nada sobre alianças, mas sim de ‘entendimento político’. “Vamos conciliar os interesses comuns respeitando os interesses locais. Cada local tem suas divergências, que são normais. Nada impede de voltar a caminhar juntos daqui para frente, como foi em 2014 e 2018”, citou.
Já André Puccinelli, visto como principal líder do MDB no Estado, mencionou que não serão realizadas trocas de favores entre as agremiações. “Estamos estudando as possibilidades de caminharmos juntos pelo bem do Estado, discutindo município por município, não tem nada decidido ainda e tudo será reforçado ao longo dos próximos meses”, comentou com os jornalistas, na saída do encontro. Chamou a atenção o fato de o governador Eduardo Riedel sair sem dar declarações.