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Projeto de Lei busca o reconhecimento da importância cultural do ‘calçadão’ da Rua Barão do Rio Branco

Um dos grandes símbolos históricos da arquitetura urbanística de Campo Grande, o calçadão da Rua Barão do Rio Branco, que compreende o trecho entre a Avenida Calógeras e a Rua 13 de Maio, pode se tornar Patrimônio de Interesse Cultural da Capital.

Um Projeto de Lei nesse sentido começou a tramitar na Câmara Municipal nesta semana. A proposta prevê investimentos para a manutenção e a preservação do espaço, que há muitos anos faz parte do cenário central da cidade.

De acordo com a justificativa para a matéria, a Rua Barão do Rio Branco é considerada como o primeiro corredor cultural e comercial e Campo Grande, além de ser a única rua do perímetro que tem o mesmo nome desde sua projeção, em 1909.

Autor da proposta, o vereador Ronilço Guerreiro (PODEMOS) reforçou que é necessário retomar o pensamento da construção do calçadão, de quando foi pensado para ser não só um espaço de convivência, mas, também, cultural.

“Nosso centro precisa de vida, de atração cultural e Campo Grande precisa desses espaços para manifestações artísticas. É hora de dar a cultura o que é da cultura. Vamos trabalhar para que esse projeto seja aprovado, sancionado e que não seja lei de papel”, disse.

O vereador também comentou que, semanalmente, está no calçadão para promover projeto ‘Livros Carentes’. “Tem duas décadas que todos os sábados estou no calçadão e vejo que as pedras estão soltando. Precisamos preservar esse local tão importante”, finalizou.

De acordo com os registros históricos, o calçadão foi construído a partir de um projeto assinado pelo arquiteto Jaime Lerner, em 1979, como parte de uma série de intervenções urbanísticas que queriam dar uma maior visibilidade à Campo Grande pós-Capital.

No original, a via tinha uma iluminação mais sofisticada e uma escadaria sobre a Avenida Noroeste, onde ficavam os trilhos do trem. Em 1999, quando o trem deixou de passar pelo centro da cidade e os trilhos foram removidos, também acabaram com a escadaria.

No local hoje há apenas o asfalto usado por veículos e um pedaço da calçada. Além disso, neste trecho do entorno da Praça Aquidauana, se tornou um reduto para usuários de drogas.