Adolescentes encontradas em prostíbulo queriam ganhar dinheiro para ajudar em casa
A Justiça determinou a soltura dos três funcionários de uma casa noturna de Dourados que foi alvo de uma ação policial na quarta-feira (26) e resultou no resgate de duas adolescentes, de 13 e 15 anos e que são irmãs, que estavam se prostituíndo no local com a autorização do proprietário, de 24 anos.
O empresário, aliás, é o único que vai continuar detido e será encaminhado agora para um presídio estadual enquanto aguarda a conclusão do inquérito e o julgamento do caso.
Os quatro homens passaram pela audiência de custódia nesta quinta (27) e o jovem teve a prisão em flagrante convertida em provisória. Já os funcionários e uma cozinha, de 50 anos, que não foi presa, terão que cumprir medidas cautelares.
A versão das adolescentes
De acordo com a investigação do caso, a avó das adolescentes, responsável pela guarda, contuo que não vinha as netas desde a terça-feira (25), quando saíram de casa, na Sitioca Síria Rasselen, falando que iam para o prostíbulo ganhar dinheiro e ajudar no sustento da família.
Por volta de 6h da manhã de ontem, a mais velha ligou para a avó pedindo autorização dela para trabalharem na casa noturna por pelo menos uma semana. A idosa disse que não concordou e mandou que voltassem para casa. Como não retornaram, ela acionou o Conselho Tutelar.
O caso
Guardas municipais e conselheiros tutelares de Dourados conseguiram resgatar duas adolescentes, de 13 e 15 anos, que estavam se prostituíndo em uma casa noturna. A ocorrência foi registrada na tarde de ontem (26).
De acordo com o registro, denúncias anônimas indicaram o local, situado na rua Ponta Porã, no bairro Vila Progresso, e apontaram para a presença de menores de idade.
Quando a equipe foi ao endereço para confirmar os fatos flagrou as duas adolescentes bêbadas e fora de si. A investigação detalhou que foram as próprias meninas que delataram o esquema ao denunciante.
Na conversa, as duas teriam contado que estavam “louconas”. Na casa, a Guarda Municipal prendeu quatro pessoas, entre elas o indivíduo que se apresentou como gerente da boate, de 24 anos.
Todos foram levados para a 1ª Delegacia de Polícia, sendo que os três funcionários foram enquadrados por favorecimento da prostituição e o gerente por estupro de vulnerável, tráfico de drogas, favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável.
Ele também deve responder por crime de rufianismo, quando se tira proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou parcialmente, por quem a exerça.
Os quatro foram alojados na sede da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) e aguardam pela audiência de custódia para saber se continuam presos ou se poderão responder em liberdade.