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Ameaçados de despejo, indígenas depredam trator, e PM e PF são acionadas para negociação

Indígenas da etnia Guarani-Kaiowá depredaram um trator após serem ameaçados de despejos por um fazendeiro, na comunidade Karupi, em Naviraí (MS), neste sábado (15). As Polícias Militar e Federal foram acionadas para intervir na negociação entre os povos originários e produtor rural. 

De acordo com a apuração feita pelo g1, junto ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o fazendeiro ameaçou derrubar as casas dos indígenas com o trator. Revidando, alguns indígenas prenderam o motorista do trator e depredaram o veículo.

O motorista ficou sob escolta dos indígenas até a chegada da PF e PM, que negociaram a soltura do homem. O trator foi devolvido ao produtor rural. Na negociação, os indígenas conseguiram manter as casas na área que alegam ser “terra ancestral”, segundo o missionário do Cimi Flávio Machado.

Não houve feridos e confronto no processo de mediação. Flávio comentou que o processo de negociação durou toda à tarde deste sábado. “Os indígenas conseguiram permanecer no local, que é terra ancestral. Do outro lado, o fazendeiro quer usar a área para plantar cana-de-açúcar”.

“A comunidade Kurupi vem sendo atacada há alguns meses, porque eles retomaram o acesso à fazenda (Balneário Tey’jui) em julho do ano passado e foram despejados pela Polícia Militar. Eles vêm sofrendo ataques e constantes intimidações. No último mês e um pouco mais, isso se intensificou. E a fazenda foi arrendada para um pessoal que pretende plantar cana. Os indígenas não querem, pois acreditam que vai ser prejudicial para a reivindicação deles. E cria esse conflito, de tentar expulsar os indígenas”, comenta Anderson Santos, outro missionário do Cimi.

Tensão entre indígenas e polícia

A Defensoria Pública da União (DPU) protocolou pedido de liberdade aos nove indígenas que foram presos há uma semana durante ocupação de área de um condomínio de luxo, em Dourados (MS). No pedido de habeas corpus, a DPU diz que a violência contra os indígenas tem “revelando um padrão de comportamento estatal que não pode ser interpretado como uma atuação isolada e eventual”.

Na região de Dourados, as ações de retomada se iniciaram na quinta-feira (6), quando um grupo de aproximadamente 20 indígenas ocuparam a área que, segundo eles, é território indígena. Equipes do Batalhão de Choque e Força Tática da Polícia Militar foram acionados para intervirem na ocupação da área, onde está sendo construído o condomínio.

Dez homens foram levados para a delegacia de Dourados. De acordo com a polícia, um dos presos foi liberado após ser comprovado que ele apenas passava pelo local.

A Justiça Federal manteve a prisão dos nove indígenas Guarani e Kaiowá detidos após ocuparem um terreno onde está sendo construído um condomínio de luxo. Entre os envolvidos está o candidato ao governo de Mato Grosso do Sul nas eleições de 2022, Magno de Souza.

°Por G1 MS