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Não é só dengue e chikungunya: casos de Zika Vírus crescem em MS e já infectou nove pessoas

Da mesma forma que a dengue e a febre chikungunya, os casos de zika também estão em alta em Mato Grosso do Sul neste ano de 2023. Também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a doença já atingiu a marca de 71 casos prováveis ao longo dos três primeiros meses do ano, dos quais nove já foram confirmado, segundo consta no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria do Estado de Saúde (SES) com dados extraídos até o dia 1º de abril.

Os casos já confirmados pela SES são das cidades de Nioaque e Santa Rita do Pardo, únicas com dois registros cada, e um caso em Sonora, Coxim, Cassilândia, Taquarussu e Campo Grande. Além desses, 134 exames já foram descartados pelo laboratório.

Ao todo, 19 cidades já registraram ao menos uma suspeita do vírus até agora, sendo que nenhuma está com alta incidência e apenas Cassilândia se encontra na classificação amarela, de média incidência, quando são de 100 a 300 casos por 100 mil habitantes.

Pelo ritimo em que está a pandemia de dengue em quase todo o Estado e da febre chikungunya na fronteira com o Paraguai, as notificações de zika devem bater nas próximas semanas o total de 2020, quando foram 79 prováveis, passando a ser este o segundo pior ano desde 2016, quando houve o surto da doença com 1.825 registros, entre confirmados e suspeitos.

Não é só dengue e chikungunya: casos de Zika Vírus crescem em MS e já infectou nove pessoas

Para ver o boletim epidemiológico completo clique aqui.

Zika Vírus

De acordo com o Ministério da Saúde, trata-se de uma arbovirose causada pelo vírus Zika (ZIKV), transmitido por meio da picada de mosquitos, principalmente fêmeas. O ZIKV foi isolado pela primeira vez em macacos na floresta Zika de Kampala, Uganda no ano 1947. O primeiro isolamento humano do ZIKV foi relatado na Nigéria em 1953. Desde então, o ZIKV expandiu sua abrangência geográfica para vários países da África, Ásia, Oceania e Américas.

A maioria das infecções pelo ZIKV são assintomáticas ou representam uma doença febril autolimitada semelhante às infecções por chikungunya e dengue. Entretanto, a associação da infecção viral com complicações neurológicas como microcefalia congênita e síndrome de Guillain-Barré (SGB) foi demonstrada por estudos realizados durante surtos da doença no Brasil e na Polinésia Francesa.

A infecção pelo vírus Zika pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, pode apresentar quadro clínico variável, desde manifestações brandas e autolimitadas até complicações neurológicas e malformações congênitas. Estudos recentes indicam que mais de 50% dos pacientes infectados por Zika tornam-se sintomáticos. O período de incubação da doença varia de 2 a 7 dias. 

Manifestações mais comuns:

  • Febre baixa (≤38,5 ºC) ou ausente;
  • Exantema (geralmente pruriginoso e maculopapular craniocaudal) de início precoce;
  • Conjuntivite não purulenta;
  • Cefaleia, artralgia, astenia e mialgia;
  • Edema periarticular, linfonodomegalia.

Ainda não existe antiviral disponível para tratamento específico da infecção pelo vírus Zika.