Policial

Morre o ex-marido de pecuarísta assassinada pelas empregadas na Capital

Um homem de 48 anos foi encontrado morto nesta terça-feira (14), em Ponta Porã, dentro de um veículo que estava parado debaixo de uma árvore. Testemunhas escutaram o barulho de um tiro e, ao sair para ver, avistaram a vítima já sem vida.

A investigação pontua que pode se tratar de um suicídio. A vítima era ex-marido da pecuarista que foi assassinada pelas próprias empregadas em julho de 2022 dentro de uma uma casa em um condomínio de luxo de Campo Grande.

O secretário municipal de Segurança, Marcelino Nunes, explicou que o homem estacionou o carro a pouco mais de 20 metros de sua casa e efetuou mais de um disparo contra a própria cabeça. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas ele já estava morto.

O títular ainda destacou que a vítima enfrentava um quadro leve de depressão. Além disso, no mês de dezembro do ano passado ele foi preso por porte ilegal de arma de fogo, mas pagou fiança de R$ 1.212 e foi liberado.

Como justificativa do porte ilegal de arma, o empresário relatou que decidiu comprá-la em Pedro Juan, no Paraguai, após sofrer atentado em janeiro de 2022, quando foi atingido por tiro de raspão no braço por dois homens em uma moto.

A morte da ex-esposa

O crime aconteceu em uma casa localizada dentro de um condomínio de luxo do Bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande, no dia 28 de julho de 2022, por volta das 13 horas. Segundo a empregada, naquele dia ela chegou na residência por volta das 6h40min e encontrou a patroa acordada, fazendo uso de bebidas alcoólicas. Já a filha da empregada, que também trabalhava na casa, disse que chegou às 7h. Um dia antes a ação já estava toda planejada.

Durante a manhã, a empregada-mãe limpou a casa, recolheu garrafas de bebida, lavou a calçada, passou roupas e chamou a filha Jéssica para ir às compras no atacadista na Rua Marquês de Lavradio. Elas deixaram o local às 10h30min. No estacionamento, o cunhado aproveitou que o carro das empregadas estava aberto para entrar e simular um sequestro relâmpago.

Depois disso, os três foram até uma loja de utilidades localizada na Avenida Ministro José Arinos, onde compraram uma arma de brinquedo e também foram até um posto de combustíveis para comprar cigarros. Somente então retornaram para o condomínio.

Nesse meio tempo, segundo a verdão da empregada-mãe que planejou toda a ação, os três passaram a discurtir sobre os valores que iriam roubar e a divisão para cada um. Apesar disso, seguiram com o esquema e, na residência, a filha dela e o cunhado entraram fingindo que ela estava como refém dele, que usava a arma de brinquedo.

Na ação, o cunhado pediu que a vítima fizesse um PIX de R$ 50 mil para a conta bancária da filha da empregada-mãe, que naquela situação estava como a sua refém. No planos deles, a jovem sacaria o valor a pretexto de que teria sido obrigada pelo assaltante e depois o dinheiro seria repartido entre os três.

Entretanto, a patroa resistiu a abordagem. Ao ser imobilizada, a vítima passou a se debater e, para conseguir segurar a mulher, o cunhado passou a apertá-la com um pano no rosto, mas acabou usando muita força e a mulher morreu asfixiada. Ao ver que ela havia morrido, os dois levaram o corpo para o andar de cima da casa.

A empregada-mãe jogou água na tentativa de acordar a patroa, mas ela já estava morta. Depois disso, o cunhado foi levado de carro até a casa dele no bairro Tiradentes e voltou para a residência da patroa. No local, junto com a filha, pediu ajuda a um vizinho, que é militar aposentado. Ele acionou a polícia e o caso passou a ser investigado, inicialmente acreditando que as duas empregadas tinham, de fato, sido sequestradas no mercado.

Mas as informações passaram a ficar desencontradas e logo a polícia descobriu que as duas estavam envolvidas no crime. Mãe e filha foram presas no mesmo dia, quando confessaram tudo. Já o cunhado conseguiu fugir e só foi localizado no dia 1º de agosto, em Dourados, tentando fugir para o Paraguai. Os três estão presos preventivamente e foram indiciados por latrocínio.