Vereadores debatem propostas da ANTT sobre novo anel rodoviário na BR-163
Na tarde desta segunda-feira (13), a Câmara Municipal de Campo Grande promoveu a Audiência Pública sobre a necessidade do novo Anel Rodoviário na BR-163. Iniciativa da Comissão Permanente de Mobilidade Urbana, receberam diversos secretários do Executivo Municipal para debater o assunto.
A discussão envolveu a implantação de um novo macroanel, que ligará as saídas para São Paulo e para Cuiabá, atravessando a MS-040, contornando o Jardim Noroeste e a Chácara dos Poderes. A Comissão relatou a preocupação com a questão da mobilidade urbana e com a necessidade de melhorias na infraestrutura viária da região. A discussão envolveu questões técnicas e financeiras e um embate com as propostas apresentadas da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) sobre o novo projeto apresentado.
O Gustavo Assis, engenheiro da ANTT, apresentou o projeto “programa de exploração rodoviária”, que propõe mudanças estruturais em vários locais no atual anel rodoviário. É um projeto pensado para 30 anos. Dentre as propostas está a criação de 9 rotatórias alongadas, 1 passagem inferior, 3 passarelas, 100m de Via Marginal, duplicação do perímetro urbano, 28 melhorias de acessos e 18 paradas de ônibus.
Para o Procurador de Justiça, Aroldo José de Lima, do (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Cíveis, do Consumidor e do Idoso) – CAOCCI, contrário as propostas da ANTT e pelas empresas envolvidas na nova licitação, explicou que “a mera duplicação do trecho não irá resolver a questão. Nós queremos assegurar um novo anel rodoviária para esta capital. Chegou a hora de salvar vidas no anel rodoviário, muitos acidentes por conta de trechos que ainda não foram duplicados. O debate é necessário, nós defendemos junto com essas associações, que na nova licitação seja obrigatória a concessionária efetuar a confecção de um novo rodoanel. Nós somos a favor de um novo anel rodoviário e iremos levar uma posição daqui, unanime para a nova reunião em Brasília. O Ministério Público irá tentar interferir nessa licitação. Vamos exigir preservar vidas para evitar essa mortalidade deste trecho”, pontuou.
A Diretora Adjunta da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano Vera Cristina Galvão, expôs que, “a planurb vem fazendo estudos sobre o crescimento desta região. Vimos a necessidade de retirar a BR-163 de dentro do perímetro urbano da cidade. Nós fizemos uma proposta, protocolamos na ANTT e foi feito junto com técnicos da CCR. A cidade cresce muito e precisamos que tenha mobilidade. Não podemos deixar que a Cidade seja cortada criando duas Campo Grandes”.
O Diretor Presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito – AGETRAN, Janine de Lima Bruno, ressaltou que “este trecho do anel viário é o mais problemático, entre saída para Cuiabá, Coxim, passando pela saída de três lagoas até São Paulo. Esse trecho virou uma grande avenida da cidade, uma utilização muito grande da população no anel viário. Muitas vezes mais rápido para a população sair de casa para ir ao trabalho por um fluxo menor por uma estrada só, do que ir pelo centro da cidade. Estou de acordo com o Procurador Aroldo, somos favoráveis no sentido de preservar vidas e iremos sempre trabalhar por isso”, disse.
Carlos Henrique Faustino, Presidente Conselho Regional da Região Urbana do Prosa, participou da mesa e desabafou. “Não adianta a gente enxugar gelo. Temos que pensar no futuro. Fazer algo paliativo, que não irá beneficiar as comunidades. Tem que ouvir a comunidade primeiro. A única que nos ouviu até hoje foi o ministério público. Que a Câmara assim como outros órgãos, nos ajude, pois, é uma luta que não irá terminar por aqui. Iremos em busca do que é bom para a região urbana de Campo Grande”.
Beto Pereira, Deputado Federal, citou a necessidade da discussão. “Expressamos aqui hoje não a duplicação, mas um novo traçado para o contorno rodoviário de Campo Grande e algo que seja interessante não para dez anos, mas sim 30, 40 anos pra frente. A bancada federal está acompanhando de perto toda essa movimentação. Se for o entendimento da maioria da população, Câmara, bancada federal, senadores e todos os secretários aqui presentes, nós iremos interromper este projeto até que se apresente um novo traçado para o anel de Campo Grande”.
Adelaido Vila, Secretário Municipal de Inovação e desenvolvimento Econômico e Agronegócio, discorreu sobre o assunto representando a prefeitura. “Nós estamos perdendo vidas, temos dificuldades de crescimento, hoje o polo empresarial norte passa por uma situação difícil, pela ausência de acesso à rodovia, demorando a sair das empresas, muitas vezes até os próprios moradores da região passando por acidentes. É hora de fincar a necessidade da ampliação, não só aumento de uma via, mas aumentar os eixos, rotatórias, enfim, para Campo Grande é fundamental essa ampliação”.
Presidente da Comissão Permanente de Mobilidade, o vereador Prof. André Luis , encerrou destacando a importância do debate “Momento oportuno em que passa nossos Estados, com muitos caminhões, complexos e pesados, exigindo uma pista diferenciada. Temos que pensar na nova licitação para daqui 10 ou 15 anos, não só no agora. Nós políticos temos que nos antecipar aos problemas. O Brasil ainda opta por transporte de carga rodoviário. O norte da discussão é retirar caminhão do centro da cidade, pois ali já virou região central. Penso que é transformar o anel viário numa avenida perimetral, pois ali é uma região urbana. É necessário, devemos pensar isso pelo futuro de Campo Grande. Essa discussão não pode parar. Vamos elevar Campo Grande ao patamar que ela merece”.