Vídeo: deputado usa a ‘bíblia do nazismo de Hitler’ para defender requerimento na Assembleia Legislativa de MS
Um deputado estadual viralizou nas redes sociais nesta terça-feira (07) ao aparecer em plena sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) segurando e defendendo um livro que faz apologia ao ditador alemão nazista Adolf Hitler.
Ao fazer uso da tribuna, o parlamentar fez duras críticas ao cenário político da Casa de Leis do Estado, em especial ao fato de que a grande maioria dos seus colegas fazem parte da chamada base aliada ao governador Eduardo Riedel (PSDB).
Ele disse que está tendo dificuldades em conseguir informações do Executivo Estadual por fazer parte da oposição e então comparou isso com o que Hitler fez até o parlamento alemão sucumbir e mostrou o livro ‘Mein Kampf’ (Minha Luta) escrito pelo próprio ditador.
Publicado em dois volumes, o livro de autoria de Adolf Hitler express as ideias antissemitas, anticomunistas, antimarxistas, racialistas e nacionalistas de extrema-direita que foram adotadas pelo Partido Nazista naquela época e que culminou na 2º Guerra Mundial.
No discurso, o deputado João Henrique Catan (PL) chegou a dizer que ficou com medo de entrar no Brasil com o exemplar do livro. “Um juiz talvez mais ditador do que Adolf Hitler suspendeu a entrada e as vendas do Mein Kampf, onde aqui retrata suas estratégias para aniquilar, fuzilar, o parlamento e os direitos de representação popular”, disse.
Em seguida, Catan diz que espera que a Assembleia Legislativa se fortaleça e se reorganize usando como exemplo o conteúdo do livro assinado pelo líder nazista.
“É com a apresentação do Mein Kampf de Hitler que peço para que este parlamento se fortaleça, se reconstrua, se reorganize nos rumos do que foi o parlamento europeu da Alemanha e que serviu, após sua reconstrução, de inspiração, inclusive para nós estarmos hoje aqui através do nosso direito constitucional brasileiro, que se inspira no modelo romano germânico”, declarou.
Veja o momento no vídeo abaixo:
O discurso de Catan foi em defesa de um requerimento (356/2023), solicitado por ele, no qual solicita ao Governo do Estado que detalhasse as contratações com cargos comissionados. Foram 16 votos contra o requerimento e apenas dois a favor.
De acordo com a legislação brasileira (Lei 7.716/1989), fazer qualquer tipo de apologia do nazismo é crime, com pena de reclusão de um a três anos e multa – ou reclusão de dois a cinco anos e multa se o crime foi cometido em publicações ou meios de comunicação social.
O deputado João Henrique Catan divulgou uma nota à imprensa sobre a polêmica. Em sua versão, ele disse que a citação foi em crítica às estratégias de Hitler.
“O Governo do Estado orientou sua base a votar contra um requerimento simples, que visava detalhar as contratações com cargos comissionados do estado. Coisa simples, da atividade fiscalizatória e devido exercício da atividade parlamentar. A citação foi justamente oposta a esse sentido, em crítica às estratégias de Hitler para anular o parlamento, corromper a democracia, até que colocou, por meio de infiltrado, fogo no parlamento alemão”, explicou.
“A crítica revela que a democracia no nível estadual está fragilizada, de maneira disfarçada, institucionalizada, legalizada pelo governador do Estado, pela coalisão, está entrando em autofagia, ao queimarem a independência do parlamento estadual. Ou seja, Hitler anulou o parlamento colocando fogo no prédio, o Governo do Estado de MS ateou fogo no parlamento estadual construindo sua base para que renunciem ao exercício e independência da atividade parlamentar”, finaliza a nota.