Policial

Gaeco deflagra nova fase de operação que investiga ‘Sintonia dos Gravatas’

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou nesta quarta-feira (1º), em Campo Grande, a Operação Maître, que cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. A ação é quarta fase da Operação “Courrier”.

Um defensor público teve as funções suspensas em, entre as medidas cautelares aplicadas, estão a proibição de manter contato por qualquer meio com investigados, além da proibição de acesso a órgãos públicos e seus sistemas, sobretudo à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, salvo quando intimado.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) explicou que, nesta nova fase da operação, estão sendo apurados crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e violação de sigilo funcional qualificada e que estão sendo atribuídos a um advogado apontado como “gravata” da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O advogado já está preso preventivamente. Além dele, também são alvos o defensor público que teve as funções suspensas e um ex-assessor, que também é advogado. Ao todo, participaram da operação quatro promotores de Justiça, além de 20 policiais do Gaeco. Quatro endereços na Capital foram alvos da operação.

As diligências também foram acompanhadas pela Defensoria-Geral, pela Corregedoria-Geral da Defensoria Pública e pela Comissão de Defesa e Assistências das Prerrogativas dos Advogados. O nome da operação faz alusão à forma pela qual os integrantes da associação criminosa referiam-se ao defensor público, denominando-o “Mestre”. Maître, em francês, é o tratamento conferido aos operadores do Direito.

Operação Courrier

A Operação Courrier cumpriu 38 mandados judiciais contra o núcleo da chamada ‘Sintonia dos Gravatas’, esquema onde advogados usam de suas funções para transmitir recados aos faccionados presos.

A ação aconteceu em março de 2022. Entre os alvos estavam um servidor do Poder Judiciário, um servidor da Defensoria Pública e também um policial penal, além de outras pessoas em Campo Grande, Dourados, Jardim e Jaraguari.

Ainda de acordo com o Gaeco, o grupo criminoso estaria articulando atentados contra a vida de agentes públicos, entre eles promotor do Gaeco e um juiz de Direito de Campo Grande. Garras, Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) também atuaram na operação.