Mãe que matou a filha de dois anos na Capital ficará em presídio ao lado da UPA onde caso veio à tona
A mãe e o padrasto que mataram de uma menina de dois anos em Campo Grande serão transferidos para estabelecimentos penais dentro das próximas horas. O casal passou por audiência de custódia na manhã deste sábado (28), ao mesmo tempo em que a vítima da ação covarde praticada por eles era velada e sepultada no Cemitério Jardim das Palmeiras sob os olhares desolados do pai biológico, avós, tios e amigos.
Na audiência que definiu o futuro penal do casal, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, converteu a prisão temporária em preventiva dos dois. Eles foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável, de acordo com a Polícia Civil, que ainda investiga o caso e aguarda pelo laudo pericial que irá apontar a causa da morte da menina e comprovar, de fato, se houve o estupro.
Desde que foram presos, na quinta-feira (27) ao levar a criança para atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino – onde já chegou sem vida, eles estão alojados na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro e agora, com a progressão, serão encaminhados para unidades penais. O padrasto, de 25 anos, vai para a penitenciária estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira. A mãe, de 24, vai para o estabelecimento penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, que fica ao lado da UPA onde o caso veio à tona.
O caso
Padrasto e mãe, 25 e 24 anos, foram presos em flagrante, na noite de quinta-feira (26) pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil acusados de espancar e matar a filha, de apenas dois anos e sete meses de idade, em Campo Grande. A criança deu entrada, morta, na Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Coronel Antonino.
De acordo boletim de ocorrência, a menina foi levada ao posto de saúde pela mãe com várias lesões pelo corpo, mais precisamente, nas costas, no braço, joelho, olho e também um inchaço ao ombro esquerdo, além de estar com abdômen inchado. As médicas plantonistas fizeram o atendimento e constataram que a criança já estava sem vida, inclusive com início de rigidez cadavérica, calculando que a morte poderia ter ocorrido a cerca de quatro horas antes.
Diante do caso, a polícia foi acionada, sendo informado ainda pelas médicas que estranharam a calma e tranquilidade da mãe, após receber a notícia do óbito da filha. “Apenas veio a demonstrar nervosismo, quando informada que seria acionada a polícia”, relatou uma das médicas.
Ainda de acordo com registro policial, a mãe negou em primeiro momento as agressões, mas depois mudou a versão passando a contar que trabalhava o dia todo e que seu marido, cadastro da criança, cuidava da menina e que ele dava tapas e socos para “corrigi-la”. Ao final, também, a mulher acabou confessando que batia na própria filha.
Em diligência, no endereço do casal, na Vila Nasser, o homem foi preso. Ele relatou que havia agredido fisicamente a menina há cerca de três dias atrás.
O delegado Pedro Henrique Pillar Cunha, plantonista da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, disse que a suspeita de abuso sexual foi, preliminarmente, descartada pela polícia, porém o casal, foi autuado pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil. A polícia solicitou a prisão preventiva do casal.