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Jovem que matou padrasto atropelado após agressão contra a mãe diz que queria apenas ‘dar um susto’

A jovem de 25 anos que matou atropelado o próprio padrasto, de 39 anos, vai responder por homicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo emprego de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima. Ela se apresentou nesta quinta-feira (26) na 6ª Delegacia de Polícia Civil.

De acordo com as informações, ela alegou que agiu para defender a mãe após esta ter sofrido violência doméstica. Na sua versão, disse ao chegar em casa às 19 horas daquele dia teve o conhecimento através da irmã de que a mãe delas tinha sido agredida pelo padrasto ao ponto de ficar desacordada no quarto.

A irmã também disse que viu quando o homem enforcou a mãe delas em cima da cama, momento em que a ela gritou e impediu que a agressão continuasse enquanto que ele fugiu do local. A jovem de 25 anos tentou ligar para o padrasto para questionar sobre os fatos, porém, ele não atendeu.

A partir disso, ela foi de carro, junto de uma amiga, para o local onde o agressor costumava frequentar para beber cerveja, mas não o encontrou. Ao retornar para casa, o padrasto ligou para ela confessando ter batido na mulher, na conversa, ele revelou o local onde estava e a filha foi ao encontro dele.

Entretanto, ao avistar o padrasto sentado na calçada, a jovem se descontrolou e avançou com toda a velocidade contra ele, atropelando-o e o pressionando contra a parede. Segundo ela, ficou desesperada com a situação e que queria apenas assustá-lo. “Tanto homem matando mulher”, comentou no depoimento.

Ela também disse que não lembra de ter atropelado o padrasto uma segunda vez usando a marcha ré e também não imaginou que o mesmo tivesse se machucado muito e que tivesse fugido desde então, só tomando a ciência da morte dele através da imprensa. A jovem ainda destacou que o agressor usava drogas e que, sob efeito dessas substância, ficava agressivo.

Em outro momento, ela disse que nunca havia presenciado outra agressão dele contra sua mãe desde então. Sobre a demora para se apresentar na polícia, a jovem contou que ficou com medo de ser presa, mas não indicou onde esteve escondida desde então. Ela foi indiciada e liberada, já que o tempo do flagrante passou.

Ainda segundo a polícia, por ter sido encontrada uma garrafa de cerveja na porta do lado do motorista do carro usado no crime, ela também será investigada por suposta prática de condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada.

O caso

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima estava em frente a uma conveniência na Rua Afluente tomando cerveja quando foi surpreendida pela enteada, que invadiu a calçada e o atropelou duas vezes, chegando a prensá-lo contra a parede.

Na sequência, a mulher saiu do carro e foi até o padrasto xingando-o e fazendo ameaças. Uma outra mulher que estava como passageira do veículo desceu assustada e acabou sendo deixada no local pela motorista, que fugiu.

Entretanto, a jovem acabou abandonando o carro após um dos pneus estourar a poucos metros do local. Antes de ser atropelado, o homem havia comentado com uma testemunha que tinha se desentendido com a esposa e saído de casa.

A mãe da motorista, em depoimento na polícia, confirmou que foi agredida pelo marido momentos antes do atropelamento. O veículo foi apreendido e levado para a Depac/Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

O homem acabou falecendo durante um procedimento cirúrgico na Santa Casa no início da manhã da segunda-feira (23).

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